Quem lembra da “carta aberta” que Maisa Silva fez para o seu cabelo no início de abril? A apresentadora usou o Instagram para falar com sinceridade sobre sua relação com os fios durante a transição capilar, que vive desde junho de 2018. Após a repercussão positiva e depois de receber muito apoio dos fãs, a artista decidiu fazer um vídeo sobre o tema em seu canal do YouTube e respondeu as dúvidas dos internautas sobre o seu processo.
Honesta, ela abriu o coração e compartilhou mais detalhes dos seus sentimentos. “Estou aqui para falar da minha transição capilar. Por que estou dando ênfase no ‘minha’? Porque a minha transição capilar é um processo meu, não é para ditar regra para ninguém, não é exemplo a ser seguido. É um processo meu, pessoal. Um momento muito íntimo que resolvi compartilhar com vocês. Demorei muito porque acho que é um assunto sério e que mexe muito com a minha autoestima”, começou.
Transição na quarentena
“Transição capilar é um processo de escolha e de aceitação“, continuou a apresentadora enquanto mostrava os fios naturais. Maisa contou que optou por não usar nenhuma ferramenta térmica, como secador, chapinha e babyliss, durante a quarentena. Segundo ela, no seu dia a dia, por conta das gravações, é preciso utilizar muito esses instrumentos, o que acaba prolongando o processo de recuperação do seu cabelo natural.
A apresentadora disse como se adaptou à nova rotina e aparência durante o isolamento social. “Usar o meu cabelo [natural] todos os dias, me sentir à vontade e postar coisas para vocês, isso estava sendo uma coisa nova pra mim. Então por isso eu resolvi fazer aquela carta para o meu cabelo, me ajudou muito a entender esse momento que estou vivendo e a compartilhar com vocês, que têm me dado muita ajuda e muito apoio”, disse, completando: “Este vídeo é uma retribuição de tudo o que vocês fizeram e fazem para mim.”
Autoestima na transição
“A relação com a minha autoestima mudou muito. O cabelo mexe com a nossa autoestima”, contou. Maisa ainda afirmou que o processo fez com que pegasse “menos pesado” com ela mesma. “Passei a ter uma relação de aceitação muito melhor, percebendo que cada enroladinho que meu cabelo dá me deixa mais feliz e mais contente. Perceber que uma coisa que antes eu abominava me deixa mais feliz e muda todo o meu dia”, explicou.
Respondendo a uma pergunta sobre bullying, a jovem disse que nunca sofreu nenhum tipo de ofensa por conta do cabelo, mas ela mesma não aceitava os fios enrolados. A apresentadora também falou sobre a fase de autoestima baixa durante a transição: “Meu cabelo está com várias texturas diferentes e eu estou fazendo algumas coisas para driblar isso. Tem alguns penteados que é possível fazer para não precisar escovar, fazer chapinha ou babyliss. (…) O que eu faço para melhorar é pensar no motivo pelo qual eu comecei a transição e o que quero ver depois. Isso me dá força para continuar. Eu lembro que ficava tantas horas no salão, que a minha cabeça ardia, e não quero voltar para isso.”
A apresentadora aconselhou quem já sofreu bullying por conta do cabelo. “A maneira como você fala de alguém, se você ficar jogando palavras negativas, isso vai afetar a forma como a pessoa se enxerga (…). Você não merece tomar essas palavras como verdade“, comentou.
“Redescoberta. Eu estou redescobrindo o meu cabelo. Uma coisa que sempre existiu, que sempre esteve comigo. Mas eu mal me lembro como ele era natural. Sete anos alisando o cabelo é muito tempo. Eu estou há dois anos neste processo“, desabafou Maisa. Ela ainda deu sua dica para quem quer começar fazer o mesmo, mas tem receio: “Você está com medo de uma coisa que ainda não viveu. Assusta mesmo, mas depois que você decide começar, não tem mais vontade de parar. Pensa em você, no seu bem-estar, e não no que os outros vão pensar de você.”
“Cada vez que eu recebo um comentário falando: ‘Nossa, que cabelo feio’, eu penso que, se eu estou bem com o meu cabelo, pouco me importa o que as pessoas acham“, finalizou.
Assista ao vídeo completo: