Depois da repercussão da morte da influenciadora Liliane Amorim, em função de complicações causadas por uma lipoaspiração, Thaynara OG usou duas redes sociais para contar aos seguidores que, em março de 2020, também teve problemas ao passar pelo procedimento e acabou sendo internada na UTI. Em um vídeo em que aparece bem emocionada, ela deu detalhes do pesadelo que viveu.
Thay explicou que sempre teve vontade de compartilhar a história, mas não tinha coragem e sentia vergonha. Apesar de saber que atende a vários “padrões de beleza”, ela contou que sente uma pressão estética muito grande. “Tenho dificuldade de aceitar algumas coisas, tenho minhas inseguranças, minhas insatisfações com o corpo”, comentou.
“A gente sabe que o procedimento como uma lipo é extremamente invasivo, então a gente deve procurar um profissional que a gente conheça o trabalho, que passe segurança, em quem a gente confie. Só que eu não fui por esse caminho. Acho que, de tanto ver no Instagram, eu decidi por fazer aquela técnica famosa que várias influenciadoras estavam fazendo e, na época, por eu conhecer uma pessoa que tinha feito e tinha dado tudo ok para ela, eu: ‘Ah, pra mim vai dar tudo ok também. Então, em vez de fazer com alguém que já conheço, mas não faz essa técnica, eu vou apostar em alguém que eu não conheço, mas vai me entregar essa técnica aí. Eu vi aqui o antes e depois, acho que vai ficar legal'”, lembrou.
A influenciadora afirmou que, embora tenha recebido propostas de permuta, preferiu pagar pelo procedimento. “Eu sei que a internet amplia essa pressão estética nas pessoas, tanto é que eu estava ali, e eu já percebi o efeito que isso poderia causar nas pessoas que me seguem. Sabe quando você vê muita gente fazendo a mesma coisa e você começa a achar: ‘Nossa, por que eu não faço em mim? Nossa, eu acho que eu preciso disso também. Nossa, é muito fácil, olha esse antes e depois, é como arrancar um dente’“.
De acordo com o relato, no dia da lipoaspiração, quando já estava no quarto, Thaynara recebeu apenas a visita do anestesista – e não do cirurgião, como é mais comum. “No dia seguinte ele [o cirurgião] apareceu e viu que, no dreno, estava saindo muito sangue, sangue vermelho vivo. E aí ele falou: ‘Não vou te dar alta hoje, mas estou feliz porque estou te vendo corada, você está bem’. Sendo que eu não estava bem”. Ela explicou que estava bastante pálida e que sua mãe procurou um outro médico de plantão no hospital. Ao examiná-la, o profissional disse que a paciente precisava ir para a UTI imediatamente. Ela chegou, inclusive, a fazer transfusão de sangue.
Bastante emocionada, Thay contou que não conseguia dormir tamanha a dor. E, apesar de toda a circunstância, ninguém conseguia fazer contato com o cirurgião responsável. Tudo isso a fez refletir muito. “Eu poderia ter partido por uma besteira, sabe? Isso mexeu muito com a minha cabeça. Foram meses horríveis, porque minha recuperação, que já era difícil, foi mais lenta do que o normal. Minha barriga ficou bem pontuda para o lado esquerdo. As pessoas fazem 10 drenagens, eu fiz mais de 50. A minha recuperação coincidiu com o período de isolamento social, então tudo isso foi mexendo com a minha cabeça. Eu fiquei mal, me sentindo culpada, arrependida. A minha primeira crise de ansiedade foi por conta disso“, desabafou.
Hoje, Thaynara diz que faria as coisas de um modo diferente. “Penso muito sobre tudo o que aconteceu, especialmente pela forma como tudo aconteceu, como eu decidi as coisas. Teria feito com um profissional que eu já conhecia, apesar de ele não apoiar essa técnica em vez de confiar minha vida nas mãos de alguém que eu não conheço”, afirmou, ressaltando que cirurgia plástica é um assunto muito sério: “Não pode ser demonizado, mas também não pode ser tratado como algo que é pouco invasivo e simples.”
Para finalizar, ela destacou a importância de pesquisar bastante sobre o assunto e procurar um profissional qualificado e de confiança. “Do lado de cá, enquanto influenciador, ter transparência e honestidade na comunicação desses procedimentos, ainda mais quando se trata de um procedimento que é muito invasivo”, completou.