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Galera CAPRICHO

Por https://performance.capricho.abril.com.br/noticias-sobre/galera-capricho
Espaço de troca de conhecimento da Galera CAPRiCHO. Um grupo de jovens engajados de 13 a 18 anos que chamamos de leitores-colaboradores e que participam ativamente da vida da redação.
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4 projetos de moda que vão te inspirar a contar histórias e ecoar sua voz

Conheça o trabalho e criatividade de jovens que expressam suas ideias e vivências por meio da moda

Por Daniele Peixoto Atualizado em 13 jun 2024, 17h46 - Publicado em 13 jun 2024, 17h00
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lá, gente! Sou a Dani Peixoto, faço parte da Galera Capricho e estudo Produção de Moda. No mês passado, acompanhei a primeira edição da FauFest, evento que apresenta projetos finais dos cursos de Estilismo, Modelagem e Produção de Moda do Senac Faustolo. Tive o privilégio de conhecer trabalhos incríveis e muito profissionais de jovens que, como nós, amam arte.

As ideias dessa galera podem ser fonte de inspiração para você, leitor(a) deste blog, que gosta de criar e repercutir sua voz, por meio da moda ou de qualquer outra manifestação artística. Por isso, quero compartilhar estes quatro projetos potentes que conheci no evento, que contou com desfiles, campanhas, coleções e marcas projetadas pelos alunos. Confira!

Carcará

O nome deriva de um pássaro de fácil aderência a ambientes e que habita no coletivo. Pensando nisso, Aya, Andressa Brito, Bianca Freitas e Pedro Azubu trazem esse contexto e traduzem a sua própria história a partir da moda. O projeto Carcará mescla a periferia de São Paulo com a cultura nordestina, trazendo o exemplo da migração do nordeste. “Fora as nossas referências, fomos atrás de outras histórias e de outros elementos, tanto estéticos quanto culturais, e juntamos tudo que fazia sentido”, conta Aya.

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Eles trazem a ideia da cultura brasileira sem estereótipos: não falam só da favela de São Paulo e nem só do Nordeste, mas, sim, da realidade existente dessas duas culturas.

Para conhecedores da cultura brasileira, a nostalgia torna-se perceptível, por narrar histórias de pessoas reais. É nítido o desejo da turma por uma representação autêntica de suas histórias. Segundo Bianca, “ trabalhar isso traz os elementos de memória e infância”, seguindo com a linha de pensamento de que essa estética precisa ser valorizada e deixar de ser invisibilizada.

Para Andressa, o projeto é tão complexo que não tem como ser comercializado, pois qualquer alteração da apresentação perderia o conceito e o simbolismo que nos é apresentado. “Tudo foi muito selecionado a dedo. Pensávamos: ‘Ah, se a gente colocar essa pessoa aqui pra vestir tal roupa, será que vai ficar legal? Será que ela vai sustentar isso daqui?’. E, no fim, superou as nossas expectativas”, conta.

O styling do desfile contou com peças do João pimenta, Mauricio Duarte, Trama Afetiva e acervo pessoal do grupo e colegas de turma.

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Babau

‘Brasilidades e amor em muitas de suas formas’ é o tema explorado por Ana Beatriz Almeida e Lucie Zurc, criadoras da revista Babau. O projeto traz o diferencial de cores e conteúdos exclusivos montados pelas duas alunas que atuaram como editoras e diretoras de arte.

A história por traz do nome escolhido para a revista é muito interessante. “Pensamos em vários títulos, até em inglês, mas queríamos expressar o sentimento de brasilidade, de lembrar que estamos no Brasil e não precisar ficar voltando toda hora para Europa e para os Estados Unidos”, conta Lucie.

No fim, o nome Babau nasceu de uma piada entre as criadoras, que conversavam sobre a personagem Bebel, interpretada pela Camila Pitanga, na novela ‘Paraíso Tropical. “Fizemos algo divertido, engraçado, do jeito que a gente gosta e do jeito que a gente é”, diz Ana.

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O trabalho das duas também traz inspirações de revistas japonesas e um editorial lindíssimo sobre o “eu+core” (a tendência de ser você).

revista babau
revista babau/Reprodução

 

Conflitos

“A ideia do tema nasceu na pandemia, em 2020, quando passava por algumas crises existenciais, após finalizar a faculdade de moda no ano anterior”, relata Israel Santana, criador do desfile ‘Conflitos’.

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Com modelos andando de forma lenta na passarela, representando o conflito da mente humana, o desfile deu muito espaço para a reflexão do público. “O tema não era conflito, era Silêncio, porque o silêncio a gente remete a muitos barulhos externos que influenciam nas nossas decisões, influenciam em tudo o que a gente sente, tudo que é emocional”, explica.

Nas peças, o jeans, a alfaiataria, e as cores preto e cinza ganharam destaque. Israel usou a técnica do plissado nas suas roupas, representando memórias escondidas, que influenciam nos sentimentos e nas decisões da mente humana. Para ele, suas referências são pessoas que ele conhece, pessoas reais. Inclusive, o uso de retalhos é algo que ele trouxe da própria história, já que sua bisavó e tia avó já utilizavam dessa técnica.

“Acho que foi a oportunidade de eu mostrar o que eu sou capaz para o mercado e de demonstrar a minha estética além do que o cliente pede, sabe?”, completa ele.

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Vivaz em Coletivo

De periféricos para periféricos e o poder do coletivo – essa é a proposta do desfile “área de risco”, idealizado por Stephanie Aquino, Xangai Barbosa, Ellen Melo e Leticia Ricardini. A produção desse projeto deriva muito da herança cultural de cada uma envolvida, com a costura e arte presentes desde a infância.

O desfile traz histórias e elementos da vida das quatro integrantes desse projeto, como a camisa de futebol de várzea, o lazer e o grafite, de uma forma que explique esse coletivismo. Por meio da camisa de futebol, por exemplo, Sthe quis mostrar a dualidade existente na periferia. “Ao mesmo tempo em que falam tanto que a periferia é um lugar ruim de morar, nos fazendo acreditar que só vamos vencer na vida quando sairmos de lá, temos tantas camisetas de time de várzea, que representa o orgulho de pertencer àquele lugar e de carregar o nome do lugar onde você mora nas costas”, explica.

Para a Xangai, seu primeiro contato com a arte foi com o grafite, e ela quis essa referência nas suas criações. “O picho ele pode estar na periferia ou no centro da cidade, mas ele sempre vai ser um grito. Então, eu escolhi trazer essa estética nas minhas bolsas, que são feitas com materiais recicláveis. Uma delas é de latas de spray, outra peça é uma camiseta de time, que foi garimpada num brechó e eu fiz uma arte com o escrito ‘pichar é crime no país onde roubar é arte’”, explica.

Já a Ellen traz visão para os esportes que são elitizados demais para a comunidade. “Usei três esportes (o polo, o tênis e o golfe) para fazer essa contrapartida”, diz. A Leticia traz diversos tons terrosos para a representar corpos periféricos, trazendo junto a favela como revolução.

“área de risco” traz a periferia de forma real e não comercial. São pessoas reais representando sua realidade.

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Incrível, né?

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