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4 lições que Beyoncé nos ensina no documentário Homecoming, da Netflix

Dá para aprender muito mais do que coreografias e letras de músicas, viu?

Por Ana Carolina Pinheiro Atualizado em 4 Maio 2019, 19h27 - Publicado em 4 Maio 2019, 10h03

Sendo BeyHive ou não, assistir a “Homecoming” e não surtar é praticamente uma missão impossível. Músicos, cantores, dançarinos, coreografia, setlist, figurino. É difícil escolher um ponto para definir a perfeição que foi o Beychella, nome dado ao show de Beyoncé no Coachella em 2018. A apresentação marcou o retorno da cantora aos palcos depois de dar à luz aos gêmeos Suri e Rumi, além do encontro da diva do R&B com a sua própria história. E o resultado pode ser visto no documentário “Homecoming”, da Netflix, idealizado, produzido e coordenado pela dona da por%@ toda Beyoncé Knowles.

Divulgação/Divulgação

Beyoncé foi a primeira mulher negra da história do festival a ser headliner (atração principal). Dá para acreditar? Certamente, essa ausência não aconteceu por falta de opção, mas Queen B fez um show para lavar nossa alma e ainda mostrar ao mundo o talento de artistas pouco valorizados, seja pele etnia, gênero ou tipo físico.

“Homecoming” é inspirado nas confraternizações que escolas e faculdades estadunidenses fazem para alunos e ex-alunos. E foi isso que Beyoncé fez no palco: reuniu pessoas afrodescendentes que tinham algum tipo de ligação com as universidades para negros, criadas antes da Lei de Direitos Civis de 1964, quando instituições de ensino superior proibiam a entrada de alunos negros.

Queen B não só se inspirou nas tradicionais universidades para negros como também ajudou na prática essas instituições. A iniciativa Homecoming Scholars Award, organizada pelo projeto social da cantora, o BeyGOOD, doou bolsas de 25 mil dólares a estudantes da Universidade Xavier da Louisiana, da Universidade Wilberforce do Ohio, da Universidade Tuskegee do Alabama e da Universidade Bethune-Cookman da Flórida. Ou seja, Beyoncé também sabe como valorizar e investir nas causas que mergulha além dos palcos.

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A cantora até já recebeu críticas por não levantar “declaradamente” a bandeira da causa negra e feminista em outros trabalhos, mas depois do álbum “Lemonade”, que trouxe músicas que falam sobre a solidão da mulher negra, ela ganhou o selo de militante. Brincadeiras à parte, ninguém precisa provar sua luta para os outros. Sendo famoso ou não, só por ser uma mulher e negra em busca de independência e crescimento já é transgressor. Mas do mesmo jeito que ninguém nasce ativista, Beyoncé também levou um tempo para juntar seu trabalho às questões que defende da forma que apresentou no Coachella.

Confira 4 lições inspiradoras que Beyoncé nos passou em “Homecoming”:

1. Ancestralidade
Em uma versão moderna, a cantora começou o show com um look inspirado na rainha do Antigo Egito, do século XVIII, Nefertiti. Já o terceiro fazia uma referência ao Partido dos Panteras Negras, uma das principais organizações da história do movimento negro. Além dos figurinos, “Homecoming” traz frases de pessoas negras que já passaram por essas instituições ou marcaram a história do movimento negro, como a escritora nigeriana Chimamanda e a poetisa estadunidense Maya Angelou. O sucesso de Beyoncé é incontestável, mas, ao mostrar todas essas referências, ela reforça sua ancestralidade e ainda valoriza as pessoas que, direta ou indiretamente, abriram as portas para ela ser o que é hoje.

2. Estar junto com os seus
Foram mais de 200 profissionais no palco, além da equipe de produção. O peso de entregar um show perfeito não impediu que todos ali se divertissem. “Quero que seja uma experiência em que a gente cresça, se encoraje e olhe bem dentro de nós. Quero que todos se sintam lindos, fortes e unidos”, diz a cantora. Com isso, além de criar um dream team de profissionais, Bey nos mostra como é importante criar uma rede de afetos e ter momentos com pessoas que compartilham vivências parecidas com as suas.

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3. Dar oportunidades
Beyoncé não escolheu uma equipe majoritariamente negra para o show por coincidência. Dar destaque a esses profissionais foi um jeito de aumentar a autoestima deles e, consequentemente, chamar atenção do público. “O meu trabalho, de alguma forma, é deixá-los curiosos, se conscientizarem de si mesmos. É isso que me encoraja a encorajá-los. E farei isso a todo custo. Eu queria que todas as pessoas que foram rejeitadas por causa da aparência se sentissem naquele palco. Mandando bala”, conta Queen B. A escolha dela nos incentiva a buscar e fortalecer profissionais negros, mulheres e pessoas LGBTQ no dia a dia, por exemplo.

4. Não somos mais as mesmas
Durante os ensaios, a cantora fala dos desafios de se preparar para o show enquanto se recupera da gravidez dos gêmeos, além de estar próxima da filha Blue Ivy e de Jay Z. Mesmo com uma dieta bem restritiva – que mostra como as mulheres ainda são pressionadas a seguirem os padrões de beleza -, Beyoncé diz que não terá as mesmas condições de anos atrás, e está tudo bem! Então, fica aí a quarta dica: ao mesmo tempo em que podemos buscar a nossa melhor versão, é importante lembrar que passamos por transformações constantemente e aceitá-las é uma maneira de respeitar a nós mesmas.

Se você quiser sugerir algum tema ou tirar dúvida sobre questões negras aqui na coluna, “O Nosso Lado da História”, é só mandar um e-mail para anacarolipa16@gmail.com. Se preferir, também pode mandar direct pelo Instagram.

Beijos,
@anacarolipa

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