O país segue de luto pela morte da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na última quarta-feira, 14. O motorista do carro em que ela estava, Anderson Gomes, também foi atingido e morreu no local. Apenas a assessora escapou. A Divisão de Homicídios do Rio ainda não sabe oficialmente quem foram os responsáveis pelo crime, mas a principal linha de investigação do caso indica execução.
Marielle era conhecida, dentre tantas outras coisas, por criticar ativamente a ação da Polícia Militar no Rio de Janeiro e havia sido nomeada recentemente relatora da comissão da Câmara Municipal, para fiscalizar a intervenção militar no estado.
Aproveitando a situação, alguns membros da “bancada da bala“, que compõe a Frente Parlamentar da Segurança Pública, entraram em defesa dos PMs e atacaram aqueles que “defendem bandido”, como erroneamente alegam que Marielle fazia. No Twitter, o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que policiais serão injustamente acusados de matar a vereadora.
“Mais uma lição: se você morrer seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do PSOL, aí você coloca a culpa em quem você quiser, inclusive na PM“, escreveu ironicamente na rede social. Alberto Fraga, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública na Câmara, também se manifestou de forma parecida. “Ao ser preso, tenham certeza que é um reincidente do crime! E ainda tem gente que defende bandidos!”, publicou.
Coordenada por Alberto Fraga, a bancada da bala quer reformular o Estatuto do Desarmamento de forma que a compra e posse de armas sejam mais fáceis. Entre as mudanças propostas pelo deputado estão a diminuição da idade mínima para compra de armas, mais licenças para pessoas sem antecedentes criminais e sanidade mental aprovada, além de dispensar a obrigatoriedade de comprovar uma necessidade de posse da arma na Polícia Federal. A bancada também pretende sugerir o porte de arma rural, que permitiria o posse de arma para trabalhadores do campo, desde que comprovem residência. Para ter a posse e o porte de armas permitido por lei, o cidadão precisa comprovar residência e emprego fixo, não possuir antecedentes criminais, não estar sendo investigado em inquérito policial e apresentar capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio da arma, avaliados em curso de tiro e exame médico.
Uma das principais críticas ao plano de mudança proposto pela bancada é o grande número de tiroteios em escolas nos Estados Unidos, onde o posse de arma é permitido. Em entrevista ao DCI, Fraga rebateu o argumento. “Nós tivemos um doido aqui que também matou crianças em uma escola, mas com fogo. Ele não usou arma de fogo. Isso é bobagem. Por que você acha que a casa deles não tem muros? Quem pisar naquele jardim aberto deles vai tomar bala, não tem conversa“, disse.
Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça, com munição de lotes vendidos exclusivamente para a Polícia Federal, de acordo com informações obtidas e divulgadas pelo RJTV 1ª edição.
Será que violência se resolve com violência?