Oi, aqui é a Gyovanna e no dia 14 de maio eu fui a evento maravilhoso organizado pela FLUP, que homenageou ninguém mais ninguém menos que Marcelo Yuka, fundador do Rappa. O evento contou com a presença de sua mãe, seu irmão e amigos. Ouvimos histórias sobre esse homem maravilhoso, sua importância para o Hip Hop e seu ativismo. E eu não pude deixar de me sentir motivada por sua crença inspiradora de que, mesmo que seja apenas um lutando, se esse um conseguir incomodar ou fazer alguém pensar, então vale a pena. Além disso, tive a oportunidade de conversar com os coordenadores do evento.
FLUP, a Festa Literária das Periferias, foi criada em 2012 por Ecio Salles e Julio Ludemir, com o objetivo de inspirar pessoas de todos os lugares a ler e escrever, especialmente a periferia e a baixada. Ensine os jovens a escrever e os jovens conquistam o mundo. Conseguindo até ganhar prêmios, como o Faz Diferença do jornal O Globo e, em 2016, o Excellence Awards da London Book Fair e Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro.
Todo ano, há o circuito de narrativas curtas, em que você participa de palestras como essa que eu fui e escreve um conto. Os melhores saem em um livro, que este ano será publicado pela Funarte. Descobrindo novos escritores e escritores conhecidos, como Geovani Martins, autor de O sol na cabeça, e um autor novo chamado Antonio Marcos, escritor do @despoluindoamente.
Mas eles não trabalham apenas com isso. No ano passado, promoveram um SLAM de poesia preta, que contou com palestras dos autores e poetas Sergio Vaz e Estrella D’alva, a pioneira dos SLAMS no Brasil. E a vencedora foi a poeta Maria Duda, que terá seu livro publicado por eles como prêmio. “Tinha que ser mulher”, não é? Todo ano, eles procuram um assunto para abordar, que provavelmente vai estourar no ano seguinte. No ano passado, contaram com o assunto “fascismo em redes sociais”.
“Não tem como dizer quem veio mais de longe, no Rio de Janeiro todo lugar é longe. Contamos com gente de Campo Grande até do Meier, enfim, pode-se dizer que a FLUP virou a minha vida“, diz Ecio Salles, diretor da FLUP. Quando o questionei sobre seu conto favorito, ele travou um pouco. Como escolher um se há anos ele trabalha com tantos escritores maravilhosos? Dentre os vários exemplos que ele deu, conversei com um deles, o Evandro Luiz, escritor e jornalista, que acompanha a feira desde sua criação. Porém, ele só participou das oficinas a partir de 2014, tendo quatro contos publicados por eles. Entre os quatro, destacam-se o Desaparecida, que conta sua história com a mãe, e o conto Sorriso do negão, que fala sobre uma paixão platônica por um homem, provando mais uma vez que escrever liberta.
Com essas linhas, já deu para parecer o que a FLUP significa, não? Eles contam com laboratórios de narrativas negras para audiovisual e vários tipos de eventos. Se você quiser conhecer um pouco mais desse trabalho, confira o perfil deles. Infelizmente, já acabaram as inscrições para o circuito de narrativas curtas, mas por que não tentar no ano que vem?
Quero terminar essa matéria deixando uma frase muito citada na palestra que fui, de Marcelo Yuka: “Paz sem voz não é paz. É medo”.
Abraços,
@poesiade1minuto