Oi, gente! Tudo bem? Nick da Galera CH por aqui. Como muito de vocês, leitores e leitoras da CAPRICHO, eu sou da tão famosa Geração Z. Dizem que somos um grupo muito mais voltado para a cultura do cancelamento do que para o bullying e isso tem muito a ver com o nosso contexto.
Com a internet, temos acesso fácil a notícias, nos conectamos sem grandes esforços com outras pessoas de mesmos interesses que os nossos, acompanhamos de pertinho nossos ídolos que admiramos. Ao mesmo tempo, percebe-se coisas nocivas muito presente nos últimos anos que são comuns aos olhos da nossa geração, sendo a cultura de cancelamento uma das principais, como explica o professor, filósofo e sociólogo Ari Eduardo.
“Na minha geração já havia linchamentos, verbais e não verbais em alguns casos. Agora, o que torna mais impactante a experiência atual é a visibilidade das redes sociais. Além de ter um alcance muito maior, as pessoas se escondem atrás de suas telas, isso facilita o processo”, explica Ari.
A busca excessiva para ser visto e a necessidade de uma postagem com muitos likes, comentários e seguidores induz as pessoas seguirem a massa, comprando opiniões sem questionar. Assim, muitas vezes alguém é escolhido como alvo e é cancelado – mesmo que os acusadores não tenham certeza se as acusações são verídicas ou não.
Sim, isso também acontecia de certa forma antes da internet. Pessoalmente, também há o constrangimento da vítima, só que é mais fácil identificar de onde surgem as ofensas. “Agora, lutamos no escuro contra vários inimigos”, observa o professor Ari Eduardo.
É contraditório que as pessoas busquem afirmação na internet, já que lá elas não tem nenhum ponto de apoio.
Ari Eduardo
É nesse cenário online que surge a empatia e militância usada como fachada – um dos maiores perigos da atual geração. Algumas pessoas se colocam em bolhas e usam (de forma equivocada) as causas como uma blindagem para apontar erros na cara dos outros, com o único foco gerar um linchamento.
Esse não são os militantes reais. Eles não estão realmente preocupados com pautas, em se aprofundar em temas e em mudar a sociedade. O que importa para eles é lacrar e se sentirem inteligentes.
A busca por ‘lacração’ em detrimento de causas reais relevam a necessidade de repensar o papel da Geração Z na construção de uma sociedade mais justa e empática. É importante lembrar que isso não só se aplica no campo da internet, mas se transporta também ao campo prático, como escolas, salas de aula e grupos sociais. Por isso, sempre questione e vá atrás da veracidade dos fatos que são apresentados a você, certo? 🙂