Greta Thunberg, a ativista sueca de 16 anos que concorre a um Prêmio Nobel por sua luta contra as mudanças climáticas e a favor do meio ambiente, incomoda. Há quem diga que a menina, diagnosticada com autismo e TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), não passa de um fantoche dos pais e de ONGs ambientais. Alvo de diversas críticas, ela até já se posicionou sobre o assunto, dizendo que acredita que os adultos se sintam ameaçados por ela e que não deveriam zombar de suas condições. “Estão muito desesperados em não falar sobre as crises climática e ecológica(…) Não entendo por que eles escolhem gastar tempo zoando e ameaçando adolescentes e crianças por promoverem a ciência enquanto poderiam estar fazendo algo de bom”, escreveu no Twitter, despertando ainda mais ira.
Para se ter uma ideia, na última segunda-feira, 7, em um viaduto localizado na periferia de Roma, na Itália, um fantoche de Greta foi pendurado como se tivesse sido enforcado. Ele tinha uma capa de chuva amarela e duas tranças laterais nos cabelos, visivelmente fazendo referência a uma das fotos mais famosas da ativista, em que aparecendo posando com o cartaz “greve escolar pelo clima”. Estuda-se a hipótese de o ato ter sido realizado por um grupo reacionário chamado “Gli Svegli” (“Os Acordados”, em tradução livre), mas o Ministério Público romano ainda está investigando o caso, então é tudo especulação.
A vergonhosa e violenta manifestação, que simula o enforcamento de uma adolescente de 16 anos, está sendo tratada como uma “ameaça grave”. No Twitter, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, se posicionou sobre o acontecimento: “Vergonhoso o boneco de Greta Thunberg encontrado pendurado em uma ponte de nossa cidade. Minha solidariedade e a de Roma para ela e sua família”, disse. Outros políticos também começaram a expressar sua indignação, como Nicola Zingaretti, governador do Lazio, que classificou o fantoche como algo macabro. “Condenamos com força esse gesto de quem não respeita ideias diferentes”, pontuou.
O recente acontecimento e as tantas ameaças que Greta Thunberg vem recebendo fazem com que seja necessário voltarmos um pouco no tempo e relembrarmos a história de Malala Yousafzai, ativista paquistanesa que, em 2012, quando tinha 15 anos, foi baleada por um grupo reacionário que ia contra sua ideia de que meninas deveriam ter acesso aos estudos assim como os meninos. Dois anos depois, Malala venceu o Nobel da Paz, prêmio ao qual Greta está concorrendo e tem altas chances de vencer – chances tão altas quanto nossas emissões de carbono na atmosfera.