O laudo de reconstrução da morte de Henry Borel, realizado pela Polícia Civil no dia 1º de abril no apartamento em que morava o vereador Dr. Jairinho, Monique Medeiros e a criança, descartou qualquer possibilidade da morte ser causada por um acidente doméstico. O documento aponta que o menino, de 4 anos, sofreu 23 lesões causadas por “ação violenta”, como lacerações no fígado, hemorragia na cabeça e rins machucados. O laudo de 36 páginas, assinado por oito peritos criminais, ainda mostrou que as lesões foram feitas entre 23h30 e 3h30.
Em seus depoimentos, Jairinho e Monique, a mãe da criança, disseram que o menino havia caído da cama. A polícia desmentiu: “Não há a menor hipótese de ele ter caído, quer seja da cama, quer seja da poltrona, quer de uma estante, que tem 1.2 m de altura”, explica a perita criminal da Polícia Civil do RJ, Denise Gonçalves Rivera para o G1.
Monique disse em seu depoimento que Henry acordou três vezes durante a noite por causa do barulho da televisão da sala, que ela assistia com Jairinho. “É possível que Henry tenha sido agredido cada vez que ele ia reclamar”, afirmou a perita.
Na última quinta-feira, 8, após a prisão temporária do casal por atrapalhar as investigações, Henrique Damasceno, delegado titular da 16ª Delegacia de Polícia, disse que as conversas descobertas pela perícia entre Monique e a babá da criança revelaram que Henry sofria uma “rotina de violência” e que as versão apresentada de que eram uma “família harmoniosa era uma farsa”. De acordo com o delegado, já existem provas de que não foi um acidente, e Monique e Jairinho estão sendo investigados por homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura e sem possibilidade de defesa da vítima.