O caso Mariana Ferrer teve novos desdobramentos nesta terça-feira (3/11). A história ganhou força após a publicação de uma matéria do The Intercept Brasil falando sobre a sentença que inocentou o réu, André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem em uma casa noturna de Florianópolis, em 2018. Diante do material publicado, a Corregedoria Nacional de Justiça emitiu uma nota afirmando que irá apurar a conduta do juiz de Direito Rudson Marcos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), na condução da audiência.
O pedido foi feito pelo conselheiro Henrique Ávila, do Conselho Nacional de Justiça. Ele questionou o comportamento do magistrado diante da atitude do advogado de defesa de André em relação à vítima – assunto também abordado pelo The Intercept Brasil. “As chocantes imagens do vídeo mostram o que equivale a uma sessão de tortura psicológica no curso de uma solenidade processual. A vítima, em seu depoimento, é atacada verbalmente por Cláudio Gastão da Rosa Filho, advogado do réu”, escreveu, como afirmou reportagem de Veja.
O conselheiro segue em sua solicitação: “Fotos da vítima são classificadas como ‘ginecológicas’; seu choro, como ‘dissimulado, falso’; sua exasperação, como ‘lágrima de crocodilo'”. Ele ainda diz que Mariana é submetida a uma humilhação “sem que o juiz que preside o ato tome qualquer providência para cessar as investidas contra a depoente. O magistrado, ao não intervir, aquiesce com a violência cometida contra quem já teria sofrido repugnante abuso sexual. A vítima, ao clamar pela intervenção do magistrado, afirma, com razão, que o tratamento a ela oferecido não é digno nem aos acusados de crimes hediondos”.
O assunto, mais uma vez, teve grande repercussão nas redes sociais, fazendo com que a hashtag #justiçapormariferrer ganhasse destaque.
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