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Caso Neymar: advogado de vítima abandona caso e diz que atleta é protegido

Contradições começam a se acumular e ex-advogado de vítima acusa pai de Neymar de "armadilha", não o contrário.

Por Isabella Otto Atualizado em 4 jun 2019, 12h55 - Publicado em 4 jun 2019, 12h52

José Edgard da Cunha Bueno Filho, advogado de defesa da vítima que acusou Neymar Jr. de estupro, abandonou o caso. De acordo com ele, a moça teria apresentado no boletim de ocorrência, realizado na última sexta-feira, 31, em São Paulo, fatos diferentes do que apresentou para ele e sua equipe anteriormente. “No dia 31 de maio de 2019, registrou um Boletim de Ocorrência no qual capitulou o fato ocorrido como ‘estupro’, ou seja, alegação totalmente dissociada dos fatos descritos por você aos nossos sócios, já que sempre afirmou que a relação mantida com Neymar Jr. foi consensual, mas que, durante o ato, ele havia se tornado uma pessoa violenta, agredindo-a, sendo esse o fato típico central (agressão) pelo qual ele deveria ser responsabilizado cível e criminalmente”, escreveu em carta divulgada pela Rede Globo.

Reprodução/Reprodução

No Jornal Nacional transmitido na última segunda-feira, 3, contudo, foi mostrada imagens de conversas que a vítima teria tido com Edgard antes de fazer a denúncia. Nelas, a mulher já fala em uma tentativa de estupro. “Por que a gente não joga logo na mídia para acabar com a carreira desse pipoqueiro logo de vez? Ele me espancou e me estuprou“, teria enviado a moça para o advogado, que, em resposta, teria falado: “não vai ficar impune, mas você tem que saber que uma briga dessa demora”.

E as contradições só se acumulam! Apesar de ter desistido do caso e, consequentemente, dever optar pelo sigilo com relação a sua cliente, José Edgard da Cunha Bueno Filho expôs fatos ligados à moça em questão e ao pai de Neymar, que foi atacado pelo profissional. “Digno de nota o absurdo de uma reunião entre advogados ser referida, de maneira torpe, como tentativa de extorsão, ainda mais quando essa reunião só se realizou dado o convite feito pelos representantes de Neymar Júnior. Isso só demonstra que os representantes de Neymar Júnior, sabendo dos fatos, orquestraram verdadeira armadilha com o objetivo de criar um álibi para o seu protegido, em prejuízo da vítima e de seus antigos patronos“, escreveu em nota enviada ao UOL Esporte.

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Trecho de matéria exibida no “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo. Reprodução/Reprodução

As investigações seguem sendo feitas pela polícia. De um lado, temos o posicionamento de Neymar e sua assessoria, que garante que a relação sexual foi consentida. Do outro, o posicionamento de uma mulher que diz que as preliminares podem ser sido consentidas, mas que o atacante usou de violência para consumar o ato contra sua vontade. Não temos ainda uma resposta para esse inquérito – e talvez nunca tenhamos -, mas uma coisa é indiscutível: existem muitas coisas questionáveis nessa história, desde um ex-advogado que quebra o sigilo até um acusado que expõe conversas íntimas nas redes sociais, passando por um pai do réu que diz “prefiro um crime de internet a um de estupro” e uma vítima que eventualmente possa ter apresentado alguma contradição em trocas de mensagens. Os representantes de Neymar garantem que não estão dispostos a fazer um acordo, contradizendo outra pontuação do ex-advogado de que teria recebido a proposta de um “cala boca” pra vítima não se pronunciar mais. Por conta das exposição das conversas íntimas no Instagram, o atacante foi intimado a depor também por suspeita de crime virtual.

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