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Cientistas descobrem que microplástico é o mais novo poluente atmosférico

Em nova descoberta, pesquisadores encontraram partículas pequenininhas de plástico no ar que respiramos.

Por Isabella Otto Atualizado em 29 Maio 2019, 17h00 - Publicado em 29 Maio 2019, 17h00

Que o microplástico é uma das maiores ameaças do oceano atualmente você já sabe, até porque não nos cansamos de falar sobre isso por aqui. Mas uma recente descoberta mostra que essas partículas miúdas de plástico estão poluindo não só as águas, como também o ar.

Essa é a aparência do microplástico que pode ser visto a olho nu. Parece até areia, né? pcess609/Getty Images

A cientista Deonie Allen, que atua na Escola de Agricultura e Ciências da Vida, em Toulouse, na França, saiu para uma investigação nos Pirenéus, montanhas localizadas ao sul país. Por ser uma região afastada, sem grandes aglomerações e concentrações de lixo plástico, esperava-se que a região fosse limpa e com ar puro, mas não foi bem esse cenário que os pesquisadores encontraram por lá…

Uma taxa de 365 partículas de microplástico é registrada diariamente no espaço de um metro quadrado no céu dos Pirenéus. Esta é a prova de que a poluição do plástico alcançou níveis nunca antes vistos e que nem as regiões tidas como sustentáveis estão livres da toxidade do produto. “O microplástico é um novo poluente atmosférico”, concluíram Deonie e sua turma de especialistas.

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Em um intervalo de 65 anos, de 1950, quando o plástico foi criado e a indústria começou a ganhar força, até 2015, aproximadamente 420 milhões de toneladas de plástico foram produzidas. Por ser um produto barato e prático, o plástico caiu no gosto popular e das empresas. Entre os anos 90 e 2000, por exemplo, houve um “boom” na companhia Tupperware, indústria especializada em produtos plásticos. O que mais preocupa, contudo, são os descartáveis de vida curta, como aquela garrafinha pet que você só usa uma vez e depois joga no lixo, aquele copinho descartável, talheres, sacolinhas, embalagens de bala e hastes flexíveis de plástico. Todos esses produtos acabam virando microplástico em algum momento e poluindo nossos oceanos e, agora, o ar que respiramos – até porque menos de 10% do lixo mundial é reciclado, principalmente por falta de políticas de reciclagem efetivas e que gerem lucro (de capital, pois com o lucro do planeta as grandes empresas parecem estar pouco preocupadas).

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Esses são os Pirenéus franceses. Parece que tem poluição aí? Pois é, também não parece que os mares estão lotados de microplástico… Reprodução/Reprodução

Já que tocamos no assunto, vale lembrar que, nesta semana, a Malásia, que hoje é a principal receptora do lixo mundial, anunciou que vai devolver 3 mil toneladas de plástico ilegal aos países de origem. Diariamente, contêineres e mais contêineres de lixo chegam à Malásia, sendo que grande parte é encaminhada para a reutilização e reciclagem. Entretanto, nem todo plástico pode ser reciclado. Para evitar o acúmulo, já que não há mais espaço nessas “ilhas de lixo”, os plásticos são queimados, liberando um gás tóxico que está matando as pessoas que vivem nesses lugares. “Esses contêineres foram trazidos ilegalmente para a Malásia, sob falsa declaração e outros delitos que claramente violam a nossa lei ambiental”, explica Yeo Bee Yin, ministra da Energia, Tecnologia, Ciência, Meio Ambiente e Mudança Climática, sobre os lixos que serão devolvidos, conforme relata a Agência Brasil.

Está na água, no ar, na terra e no seu lixo. Tenha consciência dos descartes que produz. Se der para diminuir, diminua. 

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