Depois de bloquear aplicativos como o Twitter, o Instagram e até o próprio Google, a China fez uma nova vítima, o Clubhouse, App do momento que possibilita entre os usuários conversas por áudio. Uma espécie de call sobre assuntos específicos ou, como alguns usuários andam dizendo, um podcast ao vivo.
A suspeita é a de que o Partido Comunista da China tenha se incomodado com debates políticos envolvendo direitos dos cidadãos, igualdade e preconceito racial, e por isso tenha censurado a rede social pouco tempo após ela viralizar no país. Para o site norte-americano TechCrunch, é muito improvável que ela volte a funcionar, já que existe um sistema local conhecido popularmente como “Grande Firewall”, que é a censura imposta pelo Governo à internet. Para aqueles que tentaram fazer o login no App nesta semana, aparecia a seguinte mensagem: “Não é possível estabelecer uma conexão segura com o servidor”.
Apesar de haver algumas maneiras de burlar esses bloqueios, usando VPNs que possibilitam que o usuário utilize redes não liberadas pelos governantes, alguns chineses alertam sobre os perigosos de se fazer isso com o Clubhouse, já que é preciso ativar o aplicativo com o número do celular e, na China, isso seria facilmente rastreável, podendo resultar em penalidades gravíssimas para quem burlasse o Sistema. “Ao contrário das informações nos veículos de comunicação que descrevem o aplicativo como ‘um paraíso da liberdade de expressão’, muitos usuários na China continental consideram que os debates políticos no Clubhouse são frequentemente enviesados, e que as vozes pró-chinesas podem ser eliminadas facilmente”, tentou justificar o jornal nacionalista Global Times, que pertence ao Partido Comunista, o bloqueio da rede social.
A censura é o ato de censurar algum material a fim de filtrar e proibir o que é inconveniente, do ponto de vista ideológico ou moral, de acordo com o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. No campo político, a censura significa a “remoção da circulação pública de informação, visando à proteção dos interesses de um estado, organização ou indivíduo”. Ou seja, bitolar o povo para que o conhecimento não chegue até ele. Afinal, todos sabem que conhecimento é sinônimo de empoderamento e, tantas vezes, de uma revolução necessária.