Quantas coisas você fez por você nos últimos anos e quantas dessas coisas eram realmente motivadas por uma vontade própria e não por imposições alheias? Neste ano, comece a fazer coisas mais por si mesma e menos pelos outros – e tente perceber quando essas coisas parecerem vir de você mas, na realidade, surgirem muito mais de uma pressão estética ou um lance de aceitação social. De dentro para fora, não de fora para dentro. Eis talvez um dos maiores segredos da plenitude!
1. Olhar-se mais no espelho
Parece loucura e até uma tarefa difícil para aquelas pessoas que não estão satisfeitas com a própria imagem, mas o primeiro passo para uma maior aceitação é o conhecimento. Conheça seu corpo, preste atenção nele, repare naquilo que você mais gosta, se entenda com aquilo que ainda te deixa insegura. Todos temos nossos dias de autoestima baixa, de dúvidas e questionamentos. Existe inclusive uma prática da psicologia chamada terapia do espelho, que contribui para uma segurança pessoal e emocional mais elevada. O espelho se torna um aliado, não mais um inimigo. “É um momento de interação consigo. O olhar no espelho mostra o momento e evita a fantasia para o passado e o futuro. É um modo de ajudar a focar no agora”, explica a psicóloga Adriana de Araújo ao site Minha Vida. Ah! E pode conversar consigo mesma, viu? É tudo!
2. Reservar um tempo para cuidar do seu “corpitcho”
Muito mais do que fazer uma skincare, cuidar do seu corpo é cuidar da sua casa – e estender a terapia do espelho. Em uma sociedade que impõe padrões estéticos e sociais o tempo todo, ter rituais de bem estar que te trazem benefícios e aliviam o estresse, e não o contrário, é uma prática que deve ser levada mais a sério. Não é usar um produto porque te disseram no Instagram que ele é milagroso ou passar um creme a contragosto porque falaram que mulher tem que ter a pele suave de um pêssego. Faça por você, porque é a sua casa e nós cuidamos dela com carinho e respeito.
3. Permitir-se ter um momento de ócio decidido por você
A quarentena motivada pela pandemia de coronavírus fez muita gente rever hábitos e reorganizar a rotina, que, em alguns casos, ficou mais leve e sem tantos compromissos. Fato é que, na maioria do tempo, nós temos um período de ócio decidido pelos outros: pela escola, no caso das férias, pelo trabalho, pela agenda de atividades extracurriculares, pelo próprio relógio. E se você passar a respeitar seu próprio tempo e se desprender um pouco das horas mostradas na tela do celular? Parece surreal, mas isso também é ouvir seu corpo e respeitá-lo. Não estamos dizendo para você largar a mão de entregas e compromissos, mas de saber balancear as coisas e respirar quando preciso – mesmo que apenas por alguns minutinhos.
4. Amadurecer porque é tempo de florescer
Em casa, principalmente, a gente pode acabar sentindo uma pressão danada dos pais para amadurecer quando se é adolescente. Se para algumas coisas você é ainda muito jovem, para outras você já é praticamente um adulto. “Como você quer fazer um intercâmbio ou viajar com os amigos se nem arruma a própria cama?”; e daí você passa a arrumá-la, mais porque quer provar para os pais que já cresceu que outra coisa. Inverta o jogo! Amadureça porque você sente que chegou sua hora de florescer (lembrando que casa pessoa tem o seu próprio tempo), saia da sua zona de conforto e cresça não somente de idade.
5. Dizer “não” quando sentir vontade de dizer “não”, oras
Quantas vezes você fez coisas que não queria só para agradar uma pessoa? Obviamente, todos devemos fazer concessões, especialmente nos relacionamentos, mas você tem as rédeas da própria vida e sentir isso é algo incrível, que causa uma sensação muito boa, do tipo: “Poxa, se eu não estou a fim de fazer isso que não é uma obrigatoriedade [atividades escolares, provas, compromissos necessários do dia a dia], eu não preciso fazer. Eu que decido, no fim das contas. Ufa!”. Não é porque sua amiga diz que é melhor você falar “sim” que você realmente precisa seguir o conselho dela – embora os conselhos de amigas sejam bastante sábios, só talvez não mais sábios que os conselhos de mãe e avós.
6. Respeitar seus limites, mesmo que eles sejam diferentes daqueles que você gostaria que existissem
Às vezes, a gente quer muito fazer uma coisa e simplesmente não consegue. Ou porque aquilo leva tempo e é preciso ir com mais calma, ou porque é algo que precisa ser superado aos poucos ou porque nosso limite foi alcançado (embora isso seja bastante questionável). Neste ano, se esforce para ir além, mas não faça nada forçado ou que desrespeite de forma bruta os limites do seu corpo e da sua mente. Viver para agradar os outros é desrespeitar todos os seus limites como ser único. Agradar os outros é muito legal, mas quando essa vontade vem de si mesma e não se torna compulsória.
7. Beijar e transar apenas com quem você sente vontade – e se sentir vontade
Dar uns beijos numa pessoa só para ajudar a amiga a se desenrolar com o boy? Pode acontecer, quem nunca, vai que. Só não pode acontecer de você beijar, transar ou se relacionar com alguém porque se sente pressionada a fazer isso ~porque todas as suas amigas namoram e você não~ ou então ~porque todas as suas amigas já perderam o BV e você ainda não~. A vida é sua, o corpo é seu, o sentimento é você quem sente e as regras é você quem faz. Pelo menos, parte significativa delas.
8. Fazer atividades físicas
Já reparou como a gente ainda associa a prática de exercícios físicos à conquista de um “corpo ideal”? Muito disso é culpa das revistas, da televisão e das redes sociais, que ditaram e continuam ditando padrões estéticos. Quantas influenciadoras fazem sucesso porque vendem um ~estilo de vida da barriga chapada~ e não um estilo de vida saudável que faz bem para o seu organismo e não está ligado exclusivamente a uma questão de aparência física? Se alimentar bem e praticar atividades físicas é cuidar da sua casa, mantendo seu corpo em movimento, da sua saúde física e também mental, já que a prática de exercícios libera endorfina, conhecida como o hormônio da felicidade, que causa uma sensação de bem estar, euforia, alivia dores e o estresse. Não é sobre ter “corpos perfeitos”, “corpos de Verão” ou “corpos da moda”. É sobre se sentir em paz. Chega de #NoPainNoGain!
9. Comprar
Vivemos em um mundo capitalista em que o 6º homem mais rico é dono de uma empresa de água mineral – quando a água é, por direito, considerada um “bem público de livre apropriação e fruição, com valor ambiental, econômico e social”. Pois é. Somos bombardeados por anúncios de lojas em sites, nas redes sociais, no e-mail, e é muito fácil passar dos limites, consumir mais do que o necessário e se entregar às tendências de moda, baitas tentações, mesmo que elas nem tenham assim tão a ver com seu estilo e personalidade. É uma delícia atualizar o guarda-roupa, mudar e demonstrar sua nova versão usando a moda como aliada, mas faça isso porque é uma vontade de se expressar que vem de dentro para fora. Não é porque todas as influenciadoras estão usando uma peça de roupa ou assessório que você precisa usar. Até porque muitos itens são financeiramente inalcançáveis e podem acabar causando frustração. Consuma de maneira consciente e seja você mesma. Sempre!