Com apenas 14 anos, Daniela Vitória já representa o Amazonas em grandes competições de skate street. Ela é a única atleta com descendência indígena que compete na elite nacional do esporte. Neste fim de semana, Dani enfrenta a primeira etapa do STU, o circuito nacional, em Florianópolis, Santa Catarina. “Agora estou aprendendo a manter mais a calma em dia de decisão”, conta a jovem em entrevista à CAPRICHO.
Apesar da pouca idade, essa tranquilidade é resultado da experiência que ela já acumula no esporte – e, claro, da ajuda do fone de ouvido com música, que sempre lhe ajuda a se concentrar. Dani começou no skate com apenas sete anos, por influência do pai, Whelkle Martins, que também era skatista. No começo, ele tinha receio de que a filha, ainda muito nova na época, se machucasse. Mas não teve jeito, ali era seu lugar. “Ele me chamou para ir para as pistas e desde então nunca mais paramos de andar de skate”, relembra.
Aos nove anos, ela começou a competir profissionalmente. Em 2023, foi convocada para a seleção brasileira de skate júnior e, neste ano, se manteve entre os 16 skatistas que integram a seleta lista da Confederação Brasileira de Skate (CBSK).
Além da questão financeira, que já começou a mudar o rumo de toda a sua família, o esporte traz para Dani algo ainda mais valioso: a coragem. ” Se jogar no corrimão ou numa estrada e ainda fazer com que isso pareça fácil é um grande desafio”, diz, acrescentando que o skate lhe ensina muito sobre responsabilidade também. Em paralelo à escola, a jovem tem uma rotina intensa de treino tanto nas pistas como na academia. “Mas a gente se diverte muito”, garante.
Apesar de competir sozinha, Dani enfatiza a união que existe entre as garotas do skate e conta que quando elas se juntam é uma grande bagunça. “É incrível a vibe que elas passam”, diz. Uma das suas maiores inspirações hoje é a skatista Pâmela Rosa, campeã dos X Games e medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2023 em Santiago no Chile. “Ela sempre me apoia muito, me manda mensagem perguntando como estou, brinca que eu sou a filha dela”, conta.
Com parceria, muito treino e dedicação, Dani olha para o futuro com muito otimismo. “O meu maior sonho é ir para as Olimpíadas e fazer história“, declara a jovem. Ela diz a todas garotas, que, assim como ela, querem viver de esporte, que pensem positivo e não desistam. “Vai valer a pena”, garante.
Dani, estamos na torcida por você! <3