Copa: torcedor tenta beijar repórter brasileira à força. Até quando?
Julia Guimarães, do Grupo Globo, se preparava para entrar em um link ao vivo quando foi assediada
#DeixaElaTrabalhar. Quantas vezes você já não viu esta hashtag? Ela representa a luta de jornalistas e outras profissionais femininas, sobretudo do meio esportivo, contra o assédio no ambiente de trabalho. Infelizmente, a frase ainda precisa ser repetida muitas e muitas vezes. Prova disso é o que aconteceu neste domingo (24/6) com a repórter Julia Guimarães, do Grupo Globo. Enquanto se preparava para entrar ao vivo no programa Esporte Espetacular direto da Rússia, ela foi abordada por um torcedor que tentou beijá-la à força.
Na hora, ela se esquiva, pede respeito e é firme ao dizer para o homem não fazer aquilo. Ao site do Globo Esporte, a jornalista contou que é a segunda vez que vive uma situação dessas no país. “Eu nunca passei por isso no Brasil, mas que fique bem claro que é por sorte mesmo, porque acontece muito no Brasil. Já vimos várias vezes com colegas da imprensa. Estou vivendo isso muito aqui na Rússia, desde olhares agressivos até cantadas em russo, que obviamente eu não entendo, mas sinto”, disse.
“Eu me sinto indefesa, vulnerável. Desta vez eu dei uma resposta, mas é triste, as pessoas não entendem. Eu queria entender por que a pessoa acha que tem direito de fazer isso”, continuou. Os casos de assédio e machismo (velado ou não) são tão evidentes na Rússia que, dias atrás, Julia e a repórter Amanda Kestelman fizeram um texto sobre o assunto no site. “O machismo muitas vezes fica mais evidente culturalmente do que no Brasil (onde a questão também é delicada). Para piorar, chama atenção de forma negativa a pouca representatividade vinda de todos os países”, escreveram na época.
A história é triste e revoltante – ainda mais diante de tantos casos de assédio durante a Copa, seja com mulheres que estão trabalhando ou com torcedoras. DEIXA ELA TRABALHAR. DEIXA ELA SE DIVERTIR. DEIXA ELA SER MULHER SEM PRECISAR SENTIR MEDO.