Mãe é a primeira pessoa com a qual nos conectamos, afinal, antes de nascermos já estamos ligadas à elas. Entre amor, brigas, parceria, carinho e algumas broncas, nossas mães estarão sempre prontas para nos auxiliar, mesmo que não mais fisicamente, mas como uma lembrança carinhosa.
Neste 13 de maio, dia especialmente dedicado à elas, a CH conversou com quatro meninas com histórias lindas de parceria com suas mães. Confira!
Beatriz e Cristina Müer
Bia e Cris sempre foram próximas, porém um momento difícil da mãe fez com que o relacionamento das duas se transformasse numa parceria de amor. Quando Bia tinha 18 anos, hoje ela está com 21, viu sua mãe encarar uma depressão complicada e passar a se questionar sobre as coisas que amava fazer: “Ela é professora de educação infantil há muito tempo e estava com uma sala ‘premiada’ na época, com vários alunos difíceis. Foi então que ela se desestabilizou, se questionava qual era o seu papel na educação daquelas crianças e deixou de acreditar naquilo que mais amava”.
Nesse período, Bia havia acabado de voltar de um intercâmbio e estava estudando para prestar o vestibular. Com várias coisas acontecendo na sua vida e ainda sem saber como ajudar a mãe a enfrentar a depressão, ela precisou conciliar suas responsabilidades com os cuidados com Cristina. Até que, Bia percebeu que a melhor maneira de ajudar sua mãe era ficando próxima dela e a incluindo em sua rotina: “Muitas vezes, eu estava estudando e ela entrava no quarto e perguntava se podia ficar quietinha lendo enquanto eu estudava. Passavam alguns minutos e ela começava a puxar papo, o que, infelizmente, me atrapalhava muito. Depois de um tempo, eu comecei a integrá-la aos meus estudos, explicava a matéria e ela me ajudava a fazer resumos. Foi a maneira que eu encontrei de fazê-la se sentir útil e poder passar um tempo comigo. Muitas vezes, ela se afastava e não queria fazer nada o dia inteiro, então eu ficava ‘fazendo nada’ junto. Várias vezes ficávamos as duas deitadas na cama sem trocar uma palavra, mas eu sabia que a minha presença iria ajudá-la de alguma forma. Olhando para trás, eu percebo que durante a depressão foi o período em que nossa relação mais se fortaleceu”.
Para a Bia, a parceria e confiança que ela e sua mãe desenvolveram são as coisas mais preciosas do relacionamento: “Ela sempre me disse que confiança é uma coisa que se conquista e uma vez quebrada, não tem conserto. E eu sempre dei muito valor a isso. Eu sei que se eu pisar muito na bola, eu posso contar sem medo de ser julgada, pois ela vai me aconselhar da melhor forma que conseguir”.
Thais e Marcia Buchpiguel
Nem tudo foi fácil no relacionamento da Thais, de 24 anos, e da Marcia, principalmente durante o começo da adolescência da Tha, quando ela tinha mais ou menos 11 anos e as duas só brigavam: “Minha mãe sempre foi muito estudiosa e eu nunca liguei muito pra estudar, nós éramos muito diferentes nessa época. Ela também tem um gênio um pouco difícil e se comparava muito a mim e eu não sabia lidar com isso. Nós brigávamos o tempo todo”. Tha é a mais velha de dois irmãos e também rolava um certo ciúmes do relacionamento da mãe com os mais novos, além disso, ela acabava não se abrindo com a Marcia com medo de ser julgada.
Depois da Tha começar a fazer terapia e a terapeuta explicar para a Marcia que ela e a filha eram diferentes e que não adiantaria cobrá-la para que elas se tornassem iguais, a relação das duas começou a melhorar. Porém, foi depois da Thais passar por uma decepção amorosa que o relacionamento delas se transformou: “Quando eu estava no primeiro colegial, acho que eu tinha uns 15 anos, eu fiquei muito mal, porque uma das minhas melhores amigas beijou um menino que eu gostava. Minhas amigas ficaram meio divididas por conta do grupo e a primeira pessoa que me deu colo foi a minha mãe. Eu lembro que meu pai foi me buscar depois da festa que tudo aconteceu e eu chorava muito, ela me consolou bastante e me ajudou a superar”.
A partir daí, as duas começaram a conversar sobre tudo, passar mais tempo juntas, fazer viagens de mãe e filha e a ficar sempre próximas uma da outra: “Tem muita gente que não entende direito essa minha relação tão grudada com a minha mãe aos 24 anos, mas a verdade é que eu estou resgatando todos os anos que fiquei sem ela”. O mais bonito na transformação da parceria das duas é que hoje a Thais admira muito a Marcia e não se espelharia em nenhuma outra pessoa além dela para quando se tornar mãe: “Hoje em dia, se eu pudesse escolher alguém para eu ser igual como mãe, eu escolheria a minha mãe. Sem tirar nem pôr, quer dizer, eu tiraria um pouquinho do gênio difícil dela (risos)”.
Giovana e Mara Abrusio
Gio e sua mãe Mara sempre foram unidas, Mara criou a Giovana, de 20 anos, como mãe e pai e sempre a amou pelos dois papéis enquanto ela crescia. Porém, quando Gio tinha 16 anos, ela teve um relacionamento abusivo, que a afastou da família e a deixou bastante arrasada. Quando esse namoro chegou ao fim, Gio viu em sua mãe a ajuda necessária para superar. “Meu ex detestava minha família. Ele foi meu primeiro namorado e eu seguia ele em tudo, me afastando muito dos meus familiares. Quando ele terminou comigo, fiquei aos prantos. Minha mãe estava viajando no dia e voltou voando. Lembro que eu fiquei um caco mesmo, então ela decidiu que seria bom passarmos uns dias juntas na praia e foi ótimo. Nesse período, ela me incentivou a sair com os meus amigos e a conhecer gente nova. Superei muito bem essa fase e com certeza foi graças à ela”.
O relacionamento das duas se transformou em uma linda amizade e elas passaram a fazer várias coisas juntas e a criar alguns ‘rituais’ de mãe e filha: “Nós assistimos todas as temporadas de qualquer série juntas e pegamos um tempo pra ir ao cinema ou comer fora, só eu e ela, toda semana. A gente fala sobre absolutamente tudo uma com a outra, meus amigos chegam a comentar o quanto é engraçado o jeito que a gente conversa e a intimidade que temos”.
O companheirismo que a Gio e a Mara construíram com o passar do tempo foi essencial para criar um relacionamento de melhores amigas, além de mãe e filha: “O mundo que eu tenho hoje eu devo todinho a ela! Sempre apoiamos uma a outra em tudo”.
Giu e Lana Monique Pacola
Sabe aquela relação de mãe e filha que mais parece uma parceria entre melhores amigas? A Giu, de 18 anos, é exatamente assim com a mãe dela. “Ela faz de tudo por mim! Eu nunca vi alguém tão guerreira como ela e sei que ela tem muito orgulho de mim também”, diz. Ela não se dá muito bem com o pai, então sempre foi muito mais próxima da mãe. “Além disso, ela é produtora de eventos, então às vezes eu acabo trabalhando e produzindo com ela. Acho que isso nos aproxima ainda mais”, comenta. Assim como melhores amigas, a Giu e a Lana sempre conversam sobre tudo. “Ela sabe das pessoas que eu fico, dos rolês… Até quando eu faço besteira conto pra ela”, conta.
Mas a amizade de mãe e filha não fica somente nas conversas do dia a dia. Sempre presente, a Lana faz questão de incentivar e acompanhar a filha em shows, viagens, academia e já até fez uma tatuagem com ela. “Viajamos juntas para Maceió uns três anos atrás e eu, com uns 15 ou 16 anos na época, queria fazer uma tatuagem. Ela foi e fez um desenho no mesmo lugar”, Giu conta. No dia, as duas acabaram saindo do estúdio com tatuagens e piercings iguais. Depois disso, Giu ainda colocou silicone com incentivo de Lana e encorajou a mãe a fazer a cirurgia de redução de mama que ela tanto queria. Mais tarde, elas também fizeram mais uma tatuagem igual. “Ela é insuportável quando quer, mas é a pessoa mais parceria desse mundo. Minha maior inspiração, sem dúvida”, conclui Giu.
Feliz dia das mães a todas as mamães <3