No ar como a Vanda de Quanto Mais Vida, Melhor!, Ana Hikari exibiu na novela um novo talento que descobriu durante a pandemia: o pole dance! A atriz começou a fazer aulas no 1º semestre de 2021, muito por incentivo de uma amiga que já fazia, e se apaixonou.
Na trama da TV Globo, sua personagem trabalha na boate Pulp Fiction. Algumas colegas de cena já praticavam a atividade e ela começou a sentir ainda mais interesse por isso. Quando começou a fazer aulas, decidiu postar no Instagram um vídeo seu praticando. O autor e o diretor da novela viram e resolveram colocar a Vanda pra dançar também! “Quando eu estudo ou faço um curso, exijo muito de mim. Então, é bem difícil para mim aceitar meus processos, e o pole dance me ajudou muito nisso. Porque é isso, sabe? Está tudo bem não conseguir levantar a perna muito alto ou não fazer a coreografia inteira. Eu fui aceitando meu processo e foi muito bonito. Se não fosse a novela, talvez eu não tivesse esse ímpeto de conhecer a modalidade”, conta em entrevista para a CAPRICHO.
Ainda sobre sua postagem na rede social, Ana disse que ela foi proposital, pois sabia que não estava executando os movimentos com tamanha precisão, mas que gosta de dividir com seus seguidores a vida real. “Eu me esforço muito para não construir uma imagem idealizada na internet. Eu não quero que as pessoas me olhem e me achem distante. Eu prefito construir minha imagem pensando em aproximar muito mais do que afastar, porque eu cresci vendo imagens inalcançáveis para mim em revistas e na televisão. O importante não é a gente executar com perfeição; o importante é fazer!“, dá o recado.
O pole dance chegou para somar na vida da atriz. Engajada em causas sociais e ativa dentro do movimento feminista, sempre discutindo pautas que envolvem as mulheres amarelas, a paulistana de 27 anos encontrou na novidade uma nova maneira de quebrar tabus relacionados ao corpo feminino: “A sociedade machista julga muito a mulher que é dona de si e de seu próprio corpo, e que demonstra isso. Estamos vivendo um momento de muita reflexão e mudança, e o pole dance vem muito nesse sentido. O pole é uma atividade pra você se sentir dona do seu próprio corpo, explorando sua sexualidade, sua beleza, sua capacidade corporal, sua conexão consigo mesma. E é muito bonito quando você consegue essa conexão através da arte”.
A cada aula, Hikari aprende algo novo e sente cada vez mais domínio sobre o próprio corpo como pura potência. Um de seus movimentos favoritos é a “tesoura”, que parece superimpressionante, mas é relativamente simples. Para a artista, o pole dance é uma atividade física que envolve libido, mas que vai muito além!
“Mulher sente prazer, se masturba, pensa em sexo… Não tem que ser um tabu. Falar sobre isso tem que ser normal. E cada vez mais a gente tem que normalizar o corpo da mulher, porque ainda existe muito tabu e hiperssexualização sobre ele. O pole nada mais é que uma arte e uma atividade física”, relata. Ana completa sua fala dizendo que a prática é empoderadora em diversos sentidos: “Recebo mensagens de caras que ficam hiperssexualizando meu corpo, porque na mentalidade deles essa atividade ainda é uma atividade para o prazer deles, e não é sobre isso! É sobre eu estar exercitando meu corpo, me dando saúde física e mental, e me deixando mais plena e dona de mim. É muito mais sobre nós do que sobre eles e suas objetificações. Temos que desconstruir essa mentalidade”.
O pole dance na teoria
Ana Hikari faz aula no Espaço Amora, com a Juliana Natal. A artista e professora diz que não tem idade para começar a praticar e que certas modalidades, como o pole spot, podem ser feitas inclusive por crianças, levando em conta a estrutura física delas.
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Ela indica que os interessados pela arte façam pelo menos duas aulas por semana, intercalando uma de pole dance com outra de pole coreográfico, que são complementares. “Mas cada estúdio tem sua própria metodologia. Normalmente, os níveis são divididos em básico, intermediário e avançado, e há movimentos determinados para cada um deles”, explica a expert.
Ju ainda conta que o pole dance é uma atividade acrobática dentro da linguagem da dança, como o próprio nome sugere, e que trabalha o condicionamento físico, a flexibilidade e a força. “O maior benefício do pole dance é ter um olhar mais carinhoso para nosso corpo e o aumento da autoconfiança“, explica.