É bem provável que você nunca tenha conhecido uma garota que gostasse totalmente da própria aparência. Cabelo muito armado ou liso demais, olhos pequenos ou grandes, pouco ou muito peito, baixa ou alta, magra ou gorda… Nós somos autocríticas o tempo todo. Mas por que fazemos isso? Será mesmo necessário? E, pior, como esse julgamento acaba nos afetando?
Algumas pessoas afirmam que os padrões de beleza estão mudando e abrangendo mais a diversidade. No entanto, dados estatísticos mostram que a pressão para serem “perfeitas” ainda impacta muito a vida das meninas. Recentemente, a instituição britânica Girlguiding revelou os resultados chocantes de uma pesquisa que eles fazem anualmente com meninas de 7 a 21 anos, sobre diversas questões do cotidiano feminino. Apesar de ter sido realizada no Reino Unido, os resultados refletem muito da realidade feminina pelo mundo.
Foram entrevistadas mais de 1.600 garotas para chegarem aos dados apresentados no relatório. Você acredita que 75% das participantes, de 11 a 21 anos, concordam que mulheres são julgadas mais pela aparência do que pelas habilidades? No mínimo assustador. Isso está bem relacionado ao fato de que grande parte delas acredita que as pessoas fazem meninas pensarem que a aparência é a coisa mais importante sobre elas.
Se você já achou essas informações tristes, os impactos delas são ainda mais: 41% das garotas, entre 11 e 16 anos, se sentem constrangidas ou envergonhadas pela aparência na maior parte do tempo. Essas meninas, inclusive, deixam de fazer várias coisas por causa disso, como usar alguma roupa, tirar fotos, praticar exercícios, falar em público e até mesmo frequentar certos lugares.
Conforme a idade aumenta, as cobranças pessoais também crescem. Olha só as porcentagens de meninas que sentem que precisam ser perfeitas quase o tempo todo:
– De 7 a 10 anos: 23%
– De 11 a 16 anos: 46%
– De 17 a 21 anos: 61%
A maioria das garotas entre 11 e 21 ainda concordou que precisa perder peso e que não se sente bonita o suficiente. Além disso, 37% delas confessaram que se comparam com celebridades constantemente. Percebe como a pressão por ter uma aparência supostamente “ideal” mexe (e muito!) com a confiança das meninas? Surpreendentemente (ou nem tanto), garotinhas de SETE ANOS já têm essa preocupação.
Tudo isso é realmente muito revoltante, mas a mudança pode começar em nós mesmas. Ter consciência de que essa “perfeição” que tentamos alcançar não existe já é um primeiro passo importante. E daí que seu braço não é superfino, que sua barriga não é negativa, que seu cabelo não gosta de ser domado ou que sua pele tem algumas espinhas? Isso não te faz menos bonita do que ninguém, só te faz única e, acima de tudo, real. Faça as coisas por você, não pelos outros. Afinal, temos que diminuir as estatísticas mostradas acima e não aumentá-las.
Não dá para ignorar que ainda vemos os tais “padrões de beleza” estampados em capas de revistas, nas passarelas de desfiles de moda, em campanhas publicitárias e até na timeline do Instagram. Da mesma forma, pessoas infelizes ainda fazem críticas completamente desnecessárias e julgam os outros pela aparência. Temos esperanças de que isso vai mudar com o tempo, mas lembre-se, sempre, que o problema está na mentalidade deles, não em você. O mundo não precisa ser repleto de pessoas iguais. Ser bonita é ser exatamente do jeitinho que você é e, principalmente, é se aceitar e se amar. Antes de qualquer pessoa gostar de você, é você mesma que precisa se gostar! Você é muito mais do que a sua aparência.