Em inglês, as pessoas costumam usar a expressão pet-directed speech para definir aquela forma toda boba de falar com animaizinhos. A mesma forma que alguns casais apaixonados usam para demonstrar todo amor e grude, sabe? Parecendo bebês. Tem quem diga que isso só nos faz parecer idiotas (ai, que horror!), mas um estudo recente publicado na The Royal Society provou que, na verdade, o jeito ~fofíneo~ de falar com ~catioríneos~ faz diferença para eles, sim, inclusive no comportamento!
A equipe responsável por encontrar os resultados foi formada por pesquisadores e cientistas das áreas de neurologia e psicologia da City University of New York, da University of Lyon/Saint-Etienne e da University of Sussex. Para começar, eles apresentaram os participantes adultos a 90 imagens de cachorros de todas as idades e gravaram suas reações.
Depois, foi a vez de observar a reação de 40 cachorros de raças e idades diferentes a esses áudios em que as pessoas falavam frases, usando voz de bebê, como: “Oi, fofo! Quem é um bom garoto? Vem aqui!”. Para comparar, fizeram o mesmo, mas com áudios em que as frases eram ditas com voz que usamos no dia a dia com humanos. Eles inclusive usaram diferentes idiomas para assegurar a familiaridade com a língua falada onde cada um dos bichinhos vive.
Os pesquisadores notaram que as reações dos pets a cada uma das entonações foram diferentes e chegaram à conclusão que os filhotes responderam muito mais ao pet-directed speech. Para isso, analisaram questões como os olhares, a postura e a quantidade e intensidade dos latidos diante dos áudios, percebendo que o comportamento era mais animado nesses casos.
Já os cachorros adultos não foram tão impactados pelo pet-directed speech, sinalizando que conforme o tempo passa, não faz tanta diferença falar com voz normal ou infantilizada com os pets. Uma questão curiosa, no entanto, é que todos os humanos que foram gravados falaram com essa entonação para todos os tipos de cachorro, o que sugere que esse tipo de fala é usada para tentar facilitar a interação com seres que não falam.
Viu só? Agora quando alguém te olhar estranho por estar falando com voz fininha e animada demais com cachorros por aí, você já pode argumentar cientificamente que tem um porquê de você fazer isso – mas ainda não há estudos científicos que comprovem a eficácia de falar de um jeito ~fofíneo~ com o namorado. (risos)