A Riot Games, uma das desenvolvedoras de games mais famosas do mundo, foi processada por discriminação de gênero por uma ex-funcionária. De acordo com Lacy, que ocupava uma posição de destaque na empresa e foi uma das cabeças por trás do fenômeno League of Legends, as funcionárias mulheres são testadas a todo momento, sofrem com o mansplaining e não recebem salários iguais aos dos homens, mesmo que ocupem a mesma função.
Em um desabafo que fez para o site Kotaku, a ex-funcionária disse que a empresa rejeita qualquer tipo de feedback quando o assunto é igualdade de gênero. Além disso, ela relatou que subir de cargo sendo mulher é muito mais difícil dentro da companhia. “Eu sou muito barulhenta mesmo quando estou quieta… Eu provavelmente sou uma dessas pessoas que precisa ficar um pouco mais calada”, ironizou na matéria publicada.
Lacy ainda disse que nem todos dentro da Riot são sexistas, mas que os caras que não são deixam os machistas comandarem o show. Quando mulheres questionam o comportamento, eles normalmente vêm com um papo sobre meritocracia: se a funcionária é boa, vai ter reconhecimento. Na prática, porém, a ex-funcionária garante que não é assim. Como falar em meritocracia quando Lacy ocupava o mesmo cargo que um homem, tinha as mesmas funções, era tão produtiva quanto, e mesmo assim ganhava menos?
Abaixo, você encontra algumas das alegações que estão no processo:
1. pagamento de salários inferiores a mulheres em posições semelhantes a de homens;
2. promoção de homens com muito mais frequência do que de mulheres, ainda que estas sejam mais qualificadas;
3. criação, incentivo e manutenção de um ambiente de trabalho que expõe as funcionárias mulheres a discriminação, assédio e retaliação com base em seu gênero ou sexo.
Acusações como essa ressaltam a cultura machista que ainda domina o universo dos games. A própria Riot vem lutando contra isso, se preocupando em criar mais personagens femininas em League of Legends e figuras menos sexualizadas – mas parece que essa preocupação é só para tornar o jogo mais “atual”, vide que, dentro do ambiente de trabalho, onde as ideias são criadas, o dia a dia ainda é extremamente hostil para funcionárias mulheres.