Continua após publicidade

Frases que pessoas com deficiência física não desejam nunca mais ouvir

E justamente por isso você não deve nunca mais falar

Por Isabella Otto Atualizado em 11 out 2021, 09h59 - Publicado em 11 out 2021, 09h59

O britânico George Robinson, de 23 anos, conhecido por interpretar o Isaac na série Sex Education, ficou tetraplégico após sofrer uma lesão durante um jogo de rúgbi, esporte que praticava na escola. Ela estava no ensino médio, tinha 17 anos e disputava um campeonato na África do Sul. George fez uma técnica errada para aplicar a manobra tackle (parar o corpo do oponente com o corpo) e fraturou a coluna cervical, entre as vértebras C4 e C5.

Foto do Isaac, personagem de Sex Education, em frente ao seu trailer. Ele olha para o lado e está sentado em sua cadeira de rodas
George Robinson, o Isaac de Sex Education Sex Education/Netflix

O ator já disse em diversas entrevistas que é muito parecido com seu personagem no seriado britânico e costuma driblar os comentários capacitistas que escuta com sarcasmo. Abaixo, você encontra uma lista de 13 frases que você deve tirar do seu vocabulário e nunca mais dizer para uma pessoa com deficiência física.

+: Saiba o que é capacitismo e por que é tão urgente combatê-lo

1. “Tadinha, que pena, coitada, que dó, pobrezinha”

Sentir pena de pessoas com deficiência não muda nada, só reforça todo um estereótipo capacitista e a marginalização dessas pessoas perante a sociedade.

2. “Deve ser muito ruim ser deficiente, né?”

Deficiente, não. Pessoa com deficiência.

3. “Pelo menos você tem o privilégio da fila preferencial, né?”

Privilégio é ser branco na sociedade racista em que vivemos. Ter acesso à fila preferencial e à acessibilidade no geral não é privilégio, é direito!

Continua após a publicidade

4. “Ah, todo mundo tem seus problemas…”

Problema é esquecer de pagar o boleto no dia do vencimento, de fazer o trabalho de escola, não entender a matéria de matemática, cortar a franja mais do que devia, ter várias entregas para fazer em um prazo curto de tempo, e por aí vai.

5. “Você é a segunda pessoa especial que eu conheço”

Substitua pra ontem a expressão “pessoas especiais” por “pessoas com deficiência”. Afinal, especial todos somos. Únicos e maravilhosos também!

6. “Ah, olha, eu sei fazer sinais também. Hahaha! Não é tão difícil! Isso aqui é o quê? Voar? Tô batendo as asas, olha! Ou isso é galinha?”

Jamais brinque com a linguagem de libras. Libras é uma das linguagens oficiais do Brasil e possui regras próprias. Não é jogo de mímica ou coisa do tipo.

7. “Mas esse povo acha o quê? Que o mundo todo tem que se adaptar para eles?”

Não, apenas que a acessibilidade é um direito universal, que assegura aos cidadãos o exercício pleno da cidadania.

8. “Sua mãe sabia que você nasceria assim? Ela não pensou em interromper a gravidez? Porque deve ser muito difícil pra ela e pra você também…”

PELO. AMOR. DA. FALTA. DE. NOÇÃO.

Continua após a publicidade

9. “Você é um exemplo de superação!”

Como explicou Mariana Torquatro em uma entrevista para a CH: “Ninguém supera deficiências, a gente se adapta a um mundo que não é feito para nós, mas a gente não tem que superar nada. Se a pessoa conseguiu chegar lá, é mérito da pessoa, não da deficiência. Ser exemplo de superação nunca mudou nada neste país, só reforça uma ideia de que pessoas com deficiência são tão incapazes que qualquer coisa que a gente faz vira notícia. Nem tudo é superação. Algumas coisas são sobrevivência”.

10. “Caramba! Você faz tudo isso sem as pernas? E eu aqui reclamando da vida…”

Este é um dos dizeres mais capacitistas da face da Terra. Apenas não.

11. “Quando você se deu conta de que não era normal?”

Aparentemente, quem ainda não se deu conta da anormalidade do seu preconceito é a pessoa que diz uma frase assim.

12. “Ai, eu estacionei rapidinho aqui na vaga, nem vi que era para pessoas com deficiência”

Não seja um babaca. Simples assim. Respeite!

13. “Você tem muito o que ensinar pro mundo!”

Não necessariamente. Se a pessoa em questão for professora, talvez tenha mesmo. Mas todos nós temos muito o que aprender e ensinar, né? Essa não é uma tarefa para pessoas com deficiência física. É a mesma problemática do lance da superação.

Publicidade