Há quase dois anos, Milly Tuomey, de 11 anos, foi encontrada em estado crítico pelos pais em casa, logo após o jantar. A irlandesa, que tentou suicídio, foi levada às pressas ao Our Lady’s Children’s Hospital, no povoado de Crumlin, em Dublin, mas não sobreviveu. Em seu corpo, foi encontrada a frase: “meninas bonitas não comem”.
Recentemente, após anos analisando o caso, as autoridades locais encarregadas da investigação comprovaram que a menina tinha distúrbios alimentares e se matou por não ter “um corpo ideal”.
“Ficamos aterrorizados(…) Não sabíamos o que fazer”, revelaram Fiona e Tim Tuomey, pais de Milly, quando descobriram que a filha escondia um diário suicida embaixo da cama. A descoberta veio pouco tempo antes da tragédia.
Aos 11 anos, uma garota sofria secretamente por não ter o corpo que via nas revistas, na TV, nas redes sociais. O corpo que ela não via nos desfiles de moda. Aos 11 anos (ou em qualquer outra idade), essa era a última coisa que deveria incomodar a pequena Milly, que deveria estar brincando, se divertindo com as amigas, se preocupando com as provas escolares e com a adolescência, que estava prestes a chegar.
É importante que, além de compartilhar notícias do tipo nas redes sociais com algum comentário triste, você realmente pare para refletir sobre elas. Qual é o peso negativo de postagens que vemos nas redes sociais de pessoas enaltecendo produtos que prometem afinar a cintura, fazer emagrecer, alterar o formato natural do corpo? É claro que todas as pessoas são livres para fazerem suas escolhas, mas não é no mínimo preocupante que o número de cirurgias plásticas venha crescendo entre adolescentes, que ainda nem estão com os corpos formados? Se a grande mídia antes tinha uma peso sobre isso, hoje podemos dizer que os influenciadores digitais talvez tenham entrado para a lista também.
A adultificação de crianças pode matar, assim como os padrões de beleza.