Geração Z é mais desprendida, mas ainda se importa com padrões
91% acham que a mulher deve usar o cabelo que quiser, mas apenas 8% delas acreditam que o cabelo crespo é lindo e deva ser assumido.
A grande maioria das leitoras de CAPRICHO faz parte do que chamamos Geração Z. Ou seja, meninas que nasceram depois de 1995 , e diferente da Geração Y, a anterior, não é a geração egoísta do “Me-Me-Me”. Nascida já em um meio completamente tecnológico, com tablets e smartphones e óculos de realidade virtual, a Geração Z usa a internet para expor as suas ideias e crescer, tanto pessoal quando economicamente. Os novos youtubers não nos deixam mentir!
Era de se esperar então que essa geração, mais ativista e preocupada em empoderar-se não para atrair a atenção dos outros, mas para si mesma, não se importasse tanto com a opinião alheia. Contudo, um estudo recente realizado pelo Instituto Qualibest, denominado “A flor deste botão: a novíssima geração das mulheres brasileiras”, ainda mostra algumas contradições.
De acordo com o levantamento, adolescentes Z são mais livres com relação à aparência e entendem que o belo é muito relativo. “Para essas meninas, o feio vem do olhar do outro: do preconceito, do insulto, do conflito entre padrões de beleza”, afirma o Instituto.
A Geração Z, diferente da anterior, também muda muito mais o visual para agradar a si mesma ou quebrar os antigos padrões do que para chamar a atenção do outro. Entretanto, 53% das entrevistadas disseram se sentir ofendidas caso alguém dissesse que estão feias ou gordas. O número ainda é grande, mas se comparado com o da geração anterior, de 70%, mostra que um importante passo em busca do empoderamento já foi dado.
A pesquisa também mostra alguns dados que nos fazem repensar. Por exemplo, quando o assunto é a velha escova progressiva, 28% das meninas da Geração Z começam esse procedimento muito novas, com cerca de 13 anos, e 46% delas alisam o cabelo porque “cabelo liso combina mais com elas”. O quanto disso é uma decisão inteiramente delas e não das imposições de parte da sociedade, que insiste em dizer que cabelo liso é bonito, “cabelo de festa”, e cabelo crespo é “cabelo ruim”? Afinal, 91% disseram que a mulher deve usar o cabelo que se sentir bem, mas apenas 8% acreditam que o cabelo crespo é lindo e deva ser assumido. Curioso, não?
Outro dado mostra que enquanto as jovens da geração anterior começavam a fazer simples mudanças no corpo, como mexer nas sobrancelhas, aos 23 anos de idade, as adolescentes Z começam a fazer transformações na aparência mais cedo, já que têm mais acesso aos procedimentos estéticos. “67% das entrevistadas fazem design de sobrancelhas, tendo começado a fazer este procedimento com 14 anos”, informa estudo. O quanto disso não é um reflexo da geração ~famosa nas redes sociais~? O quanto dessa mudança, que cada dia começa mais cedo, não é motivada por aquilo que vemos na internet e por novos ídolos, como Kylie Jenner?
É claro que essa liberdade de expressão é importante para a nova geração, já que “trata-se de um valor profundo de que lugar de mulher é onde ela quiser”. Contudo, a geração das selfies nas redes sociais, que, muitas vezes, faz de tudo para se enquadrar naquele padrão imposto mesmo que sem querer pelas famosas das redes e seus publipost em clínicas de estética, pode ter um discurso mais empoderado, mas nem sempre esse discurso vale para ela. É aquela coisa: “Eu amo cabelo cacheado, mas não em mim”.
Mas daí surge outro questionamento: não é um direito da jovem alisar o cabelo e fazer plásticas e preencher os lábios? Isso é ressaltar o belo e levantar a autoestima ou é ir contra sua aparência natural e buscar um padrão de beleza?
É hora de discutir, pessoal! Na paz e no amor, ok? Afinal, debates são importantes e devem vir para somar. O que vocês acham? Nós queremos saber!