Na última segunda-feira (20/7), a ativista ambiental Greta Thunberg, de 17 anos, anunciou que doará € 100 mil (cerca de R$ 600 mil) para a campanha S.O.S. Amazônia, que trabalha para combater o coronavírus na região, que está contribuindo para o genocídio da população indígena brasileira. Em abril, Greta já havia doado US$ 100 mil para o combate à COVID-19 no Brasil, juntamento com a UNICEF e a organização Human Act.
O dinheiro veio da primeira edição do prêmio português Gulbenkian Para a Humanidade, em que Greta venceu e recebeu € 1 milhão. Outra parte do valor será destinado à Fundação Stop Ecocide, que luta para criminalizar o ecocídio (destruição ambiental).
A jovem ativista estava concorrendo com outros 136 nomes e foi escolhida por um juri formado por especialistas ambientais. O prêmio foi anunciado por Isabel Mota, presidente da Fundação Gulbenkian, que aproveitou para reforçar o compromisso urgente da humanidade contra as mudanças climáticas.
No Instagram, a sueca disse que está bastante honrada de ter vencido a primeira edição da premiação. “Isso significa muito para mim e espero que eu consiga fazer mais coisas boas para o mundo [com o prêmio]“, afirmou. Foi na publicação que Greta também anunciou como parte do dinheiro, um valor bem maior do que ela consegue imaginar, será investidas e alertou que as mudanças climáticas já estão fazendo mais vítimas na região Sul do globo terrestre, por isso, inicialmente, os investimentos em países como o Brasil.
Em entrevista à AFP, o cientista David Lapola explicou que “a Amazônia é um potão de vírus”, muito por causa da devastação que vem ocorrendo na maior floresta tropical do mundo há anos e se intensificou nos últimos meses, com a fiscalização se fazendo cada vez menos presente. “Quando você gera esse desequilíbrio ecológico, você altera essas cadeias e nessa hora pode acontecer esse pulo do vírus [dos animais para os humanos]“, explicou o pesquisador da Unicamp.
A população indígena da Amazônia acaba sendo a mais afetada pelo cenário pandêmico, já que faltam políticas protetivas para os povos aldeados, que moram mais afastados da cidade, onde estão os principais centros de saúde. Esses povos também apresentam uma imunidade diferente daqueles que vivem em grandes centros urbanos. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas no último sábado (18), o número de indígenas infectados pelo novo coronavírus subiu 117% no último mês.