No último dia 16, João de Deus prestou depoimento à Polícia Civil de Goiás e se eximiu da culpa das denúncias de estupro. Mais de 300 mulheres se manifestaram contra o médium. Dalva, uma delas, é filha do criador do centro espírita Casa Dom Inácio de Loyola.
Até a última quarta-feira, 19, não tínhamos acesso ao que foi dito na delegacia. Nesse dia, contudo, o STJ divulgou o print de uma parte do documento com o depoimento do médium. João, além de negar que tenha cometido os assédios sexuais, ainda dá a entender que culpa “o além” por tudo o que acontece durante os atendimentos. “As orientações são repassadas pelo espírito”, disse, referindo-se também ao fato de ele não dar nenhuma receita aos pacientes.
Sobre os atendimentos individuais, o ex-garimpeiro assegura que são as próprias pessoas que sugerem uma consulta mais íntima. As vítimas, entretanto, garantem que as reuniões eram agendadas por João de Deus após os atendimentos. Ou seja, quando o trabalho espiritual do médium já havia se encerrado.
O que foi dito no depoimento, muito provavelmente com a orientação de Alberto Toron, advogado de defesa, não surpreende. “Como se encontra um espírito para prendê-lo e julgá-lo por crime? Quem vai autuar Deus com um mandado de prisão?”, ironiza uma internauta. Comentários do tipo “não é colocando a culpa em um espírito que você se safa” e “João de Deus disse que é tudo culpa de um espírito (espírito esse louco por grana)” também estão sendo feitos nas redes sociais.
Como já dissemos anteriormente, se declarado culpado, João de Deus terá cometido crimes de estupro, sextorsão, crimes contra a fé da humanidade e contra todos aqueles que depositavam sua confiança no médium. Vale lembrar que a Casa Dom Inácio de Loyola praticamente garante o sustento de Abadiânia e muitos moradores estão com medo que, caso a condenação venha a acontecer, o centro espírita perca credibilidade e a cidade sucumba.
“Deus acima de tudo”… Mas que Deus é esse, João?