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Maísa Silva, Larissa Manoela e outras famosas apoiam atriz Klara Castanho

Atriz teve sua intimidade exposta e publicou relato em que revela gravidez após estupro e ter entregado o bebê para adoção.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 26 jun 2022, 18h41 - Publicado em 26 jun 2022, 18h11
Klara Castanho
Atriz revela ter sido vítima de um estupro, expõe detalhes sobre o processo de doação do bebê e narra em detalhes a violência que passou @klarafgcastanho/Instagram/Reprodução

Maísa Silva, Larissa Manoela, Thalita Rebouças, Flávia Alessandra e Felipe Neto são alguns dos nomes das celebridades que criaram uma onda de solidariedade à atriz Klara Castanho, 21. Em resposta aos ataques que a atriz recebeu, e que a mobilizaram a escrever uma carta aberta em que revela que engravidou após estupro e decidiu entregar o bebê para adoção.

Em seu texto, a atriz revela ter sido vítima de um estupro, expõe detalhes sobre o processo de doação do bebê e narra em detalhes a violência que passou: da física em si às situações de humilhação e desrespeito antes, durante e depois.

“Amor que transborda. Sorte a nossa e azar de quem desconhece tal sentimento”, escreveu Maísa nas redes sociais.

Já Larissa Manoela postou uma foto da amiga sorrindo, à vontade: “Que apesar de toda a maldade a gente ainda possa ter o presente de te ver sorrir. Todo o meu apoio, carinho e amor”.

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“A gente vive com medo por ser mulher, medo de que o outro pode fazer com o nosso corpo, do julgamento, de ter nossa intimidade invadida”, escreveu Rafa Kalimann.

Luiza Sonza também escreveu à atriz:

Felipe Neto também prestou solidariedade à ela, destacando que “monstros não irão vencer”.

Fernanda Paes Leme, Paolla Oliveira, Camila Pitanga, Suzana Pires, Giovanna Ewbank, Flavia Alessandra, Fabiana Karla, Araujo e Anitta, entre muitos outros, também se solidarizaram com Klara.

Após receber as mensagens, a atriz respondeu nas redes sociais. “Te amo. Amo vocês!”, respondeu em fotos nas quais aparece com Larissa Manoela e Maísa Silva. “Te amo com todo meu coração”, afirmou em post da escritora Thalita Rebouças.

Entenda o caso que expôs a atriz Klara Castanho

klara castanho
@klaracastanho/instagram/Reprodução

Após seu nome se tornar um dos mais comentados nas redes sociais do último sábado (25), a atriz Klara Castanho, 21, escreveu um relato em suas redes sociais em que revela que engravidou após estupro e que entregou a criança para adoção. Castanho ainda disse ter sofrido com o descaso e mal atendimento da equipe médica à época.

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“Este é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo”, escreveu a atriz. “No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada.”

A conspiração e exposição a que ela se refere aconteceu após a também atriz, Antonia Fontenelle, 49, sem citar o nome de Castanho, disse em uma live que uma ex-atriz mirim da TV Globo tinha engravidado e entregado o filho para a adoção. Ela afirmou que a jovem “não quis olhar para o rosto da criança” e que pediram à imprensa que não publicasse o caso.

Influenciadores começaram a investigar e chegaram ao nome de Castanho que, diante de ataques, escreveu uma carta aberta contando detalhes de sua experiência. O nome dela ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter.

Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim”, continua ela no texto. “Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família, nem dos meus amigos. Estava completamente sozinha.”

Segundo dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), uma mulher foi estuprada, em média, a cada dez minutos no Brasil em 2021. O estudo contabiliza 56,1 mil casos, incluindo estupros de vulnerável, com pessoas do gênero feminino como vítimas.

Já dados preliminares do Ministério da Saúde, coletados pelo G1 apontam que, também em 2021, 17.316 garotas de até 14 anos foram mães no país. De acordo com a legislação vigente, sexo com menores de 14 anos é considerado estupro de vulnerável. Caso a violência leve à gestação, como no caso de Klara Castanho, a criança tem direito ao aborto legal.

Nesta semana, veio à público a história de uma menina de 11 anos teve o acesso ao aborto legal negado pela Justiça de Santa Catarina. O caso gerou repercussão na redes sociais, chegou a ser alvo de fake news e, assim como no caso de Castanho, sua privacidade e a decisão ou não pela interrupção da gravidez foi questionada. No último dia 23, o MPF (Ministério Público Federal) afirmou que o hospital que negou atendimento à criança cumpriu com a determinação de realizar o procedimento.

Em seu texto, a atriz expõe o trauma e o medo que sentiu, além do atendimento dos profissionais de saúde que, segundo ela, não foram acolhedores e a obrigaram a ouvir os batimentos cardíacos.

Eu não era uma mulher que estava grávida por vontade e desejo, eu tinha sofrido uma violência. E mesmo assim esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo”, conta. “Minha história se tornar pública não foi um desejo meu, mas espero que, ao menos, tudo o que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhadas pelas violências que elas sofram”, finaliza a atriz.

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) informou que vai apurar a denúncia da atriz de que teria sido abordada por uma enfermeira, que teria ameaçado divulgar para a imprensa informações sobre a entrega para adoção de bebê fruto de um estupro.

O conselho manifesta sua solidariedade à atriz e reafirma seu compromisso cotidiano com a ética profissional da enfermagem e com a segurança da assistência prestada pela categoria”, afirmou a entidade em nota.

A entrega legal ou voluntária para adoção, escolha feita por Klara e exposta em seu relato, está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O procedimento garante que mulheres e meninas que engravidaram e não podem ou não desejam ficar com os bebês entreguem para adoção e não sejam responsabilizadas pelo ato.

Leia o relato de Klara Castanho na íntegra.

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