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“Doença do beijo”: o que é, como pega, quais são os sintomas e tratamentos

Será que beijar muitas bocas na mesma festa pode fazer mal à saúde? Saiba mais sobre o vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose

Por Isabella Otto 16 dez 2022, 10h51
Doutor examina a garganta de uma paciente
AJ_Watt/Getty Images

Recentemente, Anitta revelou ter contraído o vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose, popularmente conhecida como “doença do beijo”. Coincidentemente, por causa de uma internação, a cantora precisou cancelar o show que faria na Farofa da Gkay, evento anual que ocorre em Fortaleza e ficou famoso justamente pela pegação, que rola solta!

Mas beijar muuuuito em micaretas e festas pode ser perigoso? Bem, depende. Quanto mais saliva trocada em um mesmo dia, mais chances de você cruzar com alguma contaminada. Mas também pode não acontecer nada.

Para esclarecermos as principais dúvidas sobre a mononucleose, contamos com a ajuda dos doutores Tasso Carvalho, médico Nutrólogo e Mestre em Ciências da Saúde, e Karen Mirna Loro Morejón, diretora da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI).

1. O que é a mononucleose?

É uma doença infecciosa causada pelo vírus Epstein-Barr, que acomete principalmente indivíduos entre 15 e 25 anos.

2. Como o vírus é transmitido?

O vírus da mononucleose infecciosa é chamado Epstein-Barr e, de acordo com o Ministério da Saúde, a infecção por ele é muito comum. Uma variação do herpesvírus, o VEB é transmitido pelo beijo, pelo contato com objetos contaminados e por transfusão de sangue. O vírus também pode ser encontrado em secreções vaginais e no sêmen, podendo haver transmissão por via sexual.

 

Na maioria das vezes, a pessoa infectada não apresenta os sintomas da doença ou acha que está com alguma síndrome respiratória típica do Inverno. A transmissão ocorre principalmente no período de incubação do vírus, que varia muito de quadro para quando, mas tende a durar de 30 a 45 dias.

Em alguns casos, o Epstein-Barr pode ficar inativo durante anos e acabar sendo despertado por uma queda de imunidade, por exemplo.

3. Quais são os sintomas?

O diagnóstico é feito através de exames de sangue (IGG e IGM), quando há suspeita por parte do médico. Os principais sintomas são dor de garganta, gânglios aumentados no pescoço, dor no corpo, febre alta, tosse e irritação na pele. Eventualmente, alguns pacientes podem ter comprometimento do fígado e do baço.

O vírus alojado na orofaringe
O vírus alojado na orofaringe ttsz/Getty Images

4. Qual é o tratamento indicado?

O vírus Epstein-Barr atinge primeiro a orofaringe e depois contamina os linfócitos, conhecidos como glóbulos brancos, responsáveis pela produção de anticorpos. É por isso que rola aquela derrubada geral, sabe? Sensação de cansaço, dores no corpo, etc.

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Não existe nenhum medicamente específico contra a mononucleose. O médico normalmente administra remédicos que combatem os sintomas, como antitérmicos, analgésicos e anti-inflamatórios. Como no caso da gripe, repouso é indicado, assim como a ingestão de muita água.

5. Existe alguma vacina contra a doença?

Não. Por isso, a prevenção é a melhor saída.

6. A “doença do beijo” pode mesmo dar esclerose multipla?

Esta é uma questão que vem dando o que falar desde que a Anitta revelou ter sido infectada pelo Epstein-Barr.

A princípio, a mononucleose é uma doença benigna, autolimitada e que não requer tratamento específico. Contudo, alguns estudos mostram que, por se tratar de uma variação do herpesvírus, alguns pacientes com predisposição a desenvolver esclerose múltipla podem apresentar a mononucleose como fator de risco.

Contudo, atualmente, não há estudos científicos significativos que relacionem diretamente a “doença do beijo” com a doença autoimune neurológica.

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