Aos 75 anos de idade, o neurocientista e antropólogo Melvin Konner, professor da Universidade Emory, na Geórgia, nos EUA, chocou muita gente ao afirmar que, em algumas décadas, será perfeitamente possível que mulheres se reproduzam entre si. “Existem desafios científicos a superar, mas acredito que será possível combinar genes de duas mulheres. Como elas têm apenas cromossomos X, teriam apenas meninas. Os genes de dois homens também poderiam ser combinados, mas eles teriam que encontrar um útero ou criar um artificial, o que não é tarefa fácil”, explicou.
O pesquisador norte-americano, que escreveu o livro Women After All (“Mulheres Depois de Tudo”, em tradução livre), dedicou-se anos a frente de estudos para chegar a tal conclusão, mas explica que suas previsões valem somente para pessoas cisgênero, ou seja, aquelas que se identificam com o gênero designado a elas no nascimento – uma vez que estas foram as estudadas.
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Pautado em questões científicas, Konner garante que a chamada supremacia masculina já está em declínio, “estamos no começo do fim”, e que a tendência é que assim siga. Contudo, ele garante que não haverá uma “supremacia feminina”, afinal, não é isso que o feminismo prega. O que vai haver é um processo pleno de igualdade entre gêneros. “Não estou dizendo que as mulheres serão mais influentes, apenas que se torna cada vez menos possível para os homens dominarem. Elas estão ocupando seu lugar de direito pela primeira vez”, disse em entrevista ao UOL.
O cientista garante que um mundo onde mulheres conseguissem se reproduzir entre si e tivesse mais integrantes do sexo feminino seria muito melhor: “Acredito que seria mais seguro, menos propenso a entrar em guerra por conflito de egos, menos rigidamente hierárquico, mais preocupado com o meio ambiente, a educação e a população mais pobre” – mas sem idealizar.
A afirmação do pesquisador tirou vários homens do sério, uma vez que eles tiveram suas masculinidades colocadas à prova, já que nem para reprodução sexuada mais serviriam. (cof, cof) Brincadeiras à parte, é uma visão interessante de futuro, não?