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Na Arábia Saudita, as mulheres finalmente ganham o direito de dirigir

O país era o único no mundo que ainda tinha esta proibição.

Por Amanda Oliveira 26 jun 2018, 10h41

No último domingo, dia 24, as mulheres da Arábia Saudita finalmente ganharam a permissão para conduzirem carros e motos. Até então, o país era o único que ainda tinha este tipo de restrição.

A decisão vem depois de uma proposta de modernização apresentada pelo rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. Além de permitir que as mulheres dirijam carros e motos, as mudanças também incluíram a instalação do primeiro cinema na Arábia Saudita, inaugurado em abril, e a permissão para que mulheres possam frequentar estádios de futebol, dada em janeiro deste ano. O direito de tirar a carteira de motorista já havia sido concedido às mulheres em setembro de 2017, mas só agora elas estão livres para dirigir nas ruas do país.

Movimentos sociais na Arábia Saudita lutam para que mulheres possam dirigir desde os anos 1990, quando um protesto com mais de 40 mulheres que dirigiam pelas ruas de Riad, capital do país, terminou com a prisão delas. Em 2008, uma petição foi feita por um grupo de mulheres e entregue ao rei Abdullah pedindo o direito de conduzirem veículos, mas nada foi feito.

A Arábia Saudita é muito conhecida por limitar a liberdade feminina. No Alcorão, o livro sagrado do Islã, não existe nenhum trecho que proíba as mulheres de dirigirem, mas a ausência do tema é considerada um sinal de que aquilo não deve ser permitido. As leis do país sempre deixaram os direitos das mulheres dependentes dos familiares homens, seja pai, irmão ou marido. Lá, as mulheres ainda precisam da autorização deles para viajar, estudar e trabalhar.

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Sean Gallup/Getty Images

Mais autoescolas foram abertas nas cidades de Riad e Jidá, incluindo aulas de motos Harley Davidson. De acordo com a consultora PricewaterhouseCoopers, cerca de 3 milhões de mulheres podem obter a carteira de motorista e começar a dirigir nas ruas até 2020.

Esperamos que essa não seja só uma das poucas “liberdades concedidas” às mulheres neste país ainda tão conservador. 

 

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