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Nenhuma meta de proteção ambiental foi alcançada nos últimos dez anos

A Mãe Natureza, definitivamente, não é prioridade no mundo, e um recente relatório divulgado pela ONU serve como mais uma prova

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 29 set 2020, 20h27 - Publicado em 17 set 2020, 14h23
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Divulgação/CAPRICHO

Em 2010, representantes de 196 países se encontraram na Convenção da Diversidade Biológica, realizada na cidade de Aichi, no Japão, para discutir questões relacionadas ao meio ambiente e mudanças necessárias para sua preservação. Desta reunião, surgiram as 20 Metas de Aichi, que são medidas estabelecidas com a finalidade de preservar a biodiversidade global e proteger ecossistemas – e que deveriam ser cumpridas até o fim da década, ou seja, até 2020. Entretanto, na última terça-feira, 15, a Organização das Nações Unidas liberou um relatório durante a Global Biodiversity Outlook (GBO-5), que revela: nenhuma dessas metas foi totalmente cumprida. 

Floresta é destruída por incêndio em Porto Velho, em agosto de 2019 Victor Moriyama / Correspondente/Getty Images

Não é a primeira vez que uma tentativa do tipo é feita. Nos anos 2000, um acordo visando a preservação da natureza também foi criado e falhou. “A humanidade está em uma encruzilhada no que diz respeito ao legado que deixa às gerações futuras”, diz o relatório da ONU.

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Das 20 metas propostas, apenas 6 foram parcialmente atingidas, entre elas a conservação de áreas protegidas, o controle de espécies invasoras e o compartilhamento de recursos financeiros. Apesar do pequeno progresso, que já mostra que é possível ter crescimento econômico e continuar preservando a natureza, a taxa de plástico nos oceanos não diminuiu e mais da metade dos recifes do mundo, responsáveis por grande biodiversidade marinha, estão ameaçados. Além disso, o número de espécies que correm risco de extinção aumentou e os subsídios governamentais para atividades que prejudicam a biodiversidade não foram reduzidos.

Nas vezes em que cita o Brasil, o relatório fala sobre o desmatamento e a falta de investimento para proteger as florestas. “O desmatamento da Amazônia brasileira em 2019 mostrou o maior nível desde 2008, atingindo mais de um milhão de hectares”, diz o levantamento.

“Os sistemas vivos da Terra como um todo estão sendo comprometidos e, quanto mais a humanidade explora a natureza de maneiras insustentáveis, mais minamos nosso próprio bem-estar, segurança e prosperidade“, disse Elizabeth Maruma Mrema, secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.

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Vivemos uma grande extinção em massa. Para se ter uma ideia, desde o final dos anos 70, a população de animais selvagens foi reduzida em dois terços. A representante da ONU diz que essa destruição da natureza pode aumentar o número de doenças contraídas pelos seres humanos. “À medida que a natureza se degrada, surgem novas oportunidades para a disseminação de doenças devastadoras, como o novo coronavírus”, afirmou Mrema.

Uma nova edição da Convenção da Diversidade Biológica, para discutir os objetivos para os próximos anos e as metas não alcançadas, estava marcada para outubro, na China, mas foi adiada por causa da pandemia de coronavírus.

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