Você escutou falar sobre um possível surto de esporotricose, “causado por gatos”? O tema ganhou destaque após pesquisadores alertarem que a doença está descontrolada em estados do Brasil, e há casos em outros países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Para evitar pânico e desinformação, é preciso esclarecer os principais pontos sobre ela. Vem que a gente te explica!
O que é esporotricose?
A esporotricose humana é uma micose na pele após o contato com o fungo do gênero Sporothrix. A doença também pode afetar cães e gatos, mas só os felinos podem infectar humanos, por meio de arranhões, mordidas ou gotículas de espirro. É por isso que você pode escutar que ela é uma zoonose. Uma pessoa também não transmite para outra.
Outras formas de transmissão
Além da arranhadura ou mordedura de animais doentes, a infecção pode ocorrer também pelo contato do fungo com a pele ou mucosa, por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira, ou ainda contato com vegetais em decomposição.
Quais são os sintomas?
Como explica o glossário do Ministério da Educação, os sintomas da esporotricose aparecem logo após a contaminação do fungo na pele. No início, as lesões são bem parecidas com uma picada de inseto e podem se curar em pouco tempo no casos mais leves.
Já nos mais graves, o fungo pode afetar os pulmões, trazendo sintomas semelhantes aos da tuberculose, como tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Quando a doença afeta os ossos e articulações, podem aparecer inchaço e dor ao se movimentar.
“As formas clínicas da doença vão depender de fatores como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão. O período de incubação é variável, de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a inoculação, ou seja, a entrada do fungo no organismo humano”, explica o documento.
Nos animais, aparecem feridas profundas na pele, com pus, e que geralmente não cicatrizam e evoluem rapidamente, causando também espirros frequentes.
E o tratamento?
Após uma avaliação clínica, o paciente pode fazer um tratamento com antifúngicos, com uma duração que pode variar de três a seis meses, ou mesmo um ano, até a cura do indivíduo. Tudo depende do organismo da pessoa e da gravidade do caso.
Os gatos não são vilões!
De acordo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a esporotricose é considerada uma doença negligenciada e um problema de saúde pública. É preciso tomar cuidado para não culpar os gatos e gerar preconceito. “Ela decorre da ausência de um programa ou de ações de controle; da falta de medicação gratuita para o tratamento, tanto em humanos quanto em animais; e do desconhecimento da população sobre as medidas de controle. O gato não é o vilão. Na verdade, é a maior vítima da doença”, ressalta.