Em poucos dias, o Brasil estreia na Copa do Mundo de Futebol Feminino pela 8ª vez. Para o nosso país, que participou de todas as edições do mundial feminino, essa edição na França tem uma importância ainda maior por ser a Copa do Mundo Feminina que mais está recebendo atenção da mídia e do público. Mas, mesmo assim, nem todo mundo está confiante com o desempenho da equipe brasileira. Apesar da nossa Seleção levar, entre muitos talentos, a melhor jogadora do mundo e a atleta recordista em mundiais, tendo em conta torneios femininos e masculinos, existe uma preocupação grande atormentando quem espera ver o Brasil levantar a taça no dia 7 de julho. Afinal, por que não somos favoritos ao título?
A resposta para essa pergunta está no desempenho negativo, fraco e crítico da Seleção Feminina nos amistosos que serviram de preparação para a Copa do Mundo. Assim como comentei em outro texto aqui na CAPRICHO, o técnico Vadão segue sendo o maior desafio. Era ele quem estava no comando do time quando as jogadoras perderam nove jogos consecutivos, inclusive para a Escócia, equipe que não é considerada forte ou ameaçadora. Ele também viu o time ser eliminado da Copa SheBelieves no começo deste ano, ainda na fase de grupos, sem ter nenhuma vitória no saldo. Aliás, a última vitória brasileira feminina em um jogo oficial aconteceu em julho de 2018. Sim, já faz quase um ano!
Vadão também recebeu críticas por seu esquema tático desorganizado e pela forma como escala a equipe em campo. Um exemplo disso foi o técnico ter colocado Andressa Alves na lateral-esquerda, quando a posição dela no Barcelona, em que veste a camisa 10, é no ataque. Ou seja, fazendo gols. Mas o fato é que Vadão pode ser o maior, mas não é o único contratempo atual no time. Afinal, será que um técnico continuaria no cargo de uma seleção masculina depois de sofrer nove derrotas consecutivas? Quem acompanha o futebol masculino brasileiro sabe que três ou quatro derrotas seguidas em um campeonato já são sinônimos de crise e, consequentemente, de campanhas para troca de técnico. Será que a diretoria seria tão paciente e tolerante com Tite, por exemplo, se esses números negativos fossem na Seleção Masculina?
Mas, apesar de todas essas preocupações, temos boas razões para sermos otimistas. Também era Vadão que estava no comando da equipe quando a Seleção Brasileira conquistou o título da Copa América Feminina, em abril de 2018. Isso significa que, embora tenha se perdido bastante nos últimos jogos, o técnico também teve um momento de glória para servir de inspiração nessa Copa do Mundo. Além disso, Vadão promoveu uma longa e sincera conversa com as jogadoras após as nove derrotas consecutivas, na qual todas as atletas tiveram a chance de dizer o que acham do desempenho da equipe e o que precisa ser melhorado. Foi o suficiente para todas saírem com a cabeça erguida, pensamento positivo e vontade de dar a volta por cima. “Nós tiramos nossas lições de período ruim, vamos esquecer isso e trabalhar os 15 dias para definir melhor a equipe com todo mundo junto”, o técnico disse, em entrevista ao Globo Esporte.
No retrospecto de mundiais femininos, o histórico do Brasil não é ruim. Apesar de nunca termos, de fato, conquistado um título de Copa do Mundo, já chegamos MUITO perto. Em 1999, os Estados Unidos foram os campeões e nós ficamos com o 3º lugar. Em 2007, avançamos para a 2ª posição, perdendo para a Alemanha na edição que foi, até então, a melhor para as brasileiras.
Vale ressaltar que nossas jogadoras estão confiantes com a melhora do desempenho e determinadas a darem o melhor de si, como sempre fazem. “A gente sabe da dificuldade, que as coisas não estão mil maravilhas, mas chegando até uma semifinal, como já chegamos, já é de uma grande conquista para o futebol feminino. Não podemos colocar na cabeça que vamos voltar na primeira fase, isso jamais“, afirmou Formiga, em entrevista aos jornalistas antes de embarcar para os treinos. Na fase de grupos, a primeira equipe adversária do Brasil é a Jamaica, que disputa a Copa do Mundo pela primeira vez. Começar o torneio com essa vitória é essencial para que gente possa dar um passo importante em direção à classificação para a próxima fase. Talento, experiência e determinação nós temos certeza de que não faltam!
E você? Já marcou os jogos do Brasil no seu calendário para torcer pelas nossas meninas? Se tiver alguma dúvida, comentário ou sugestão para nossa cobertura futebolística, envie para amanda.oliveira@abril.com.br ou me chama na direct do Instagram. A Copa do Mundo Feminina estreia no dia 7 de junho. Acompanhe tudo na CAPRICHO!