Após serem adiados por um ano por causa da pandemia, os Jogos Olímpicos de Tóquio começaram oficialmente na sexta-feira (23/7), com a cerimônia de abertura. Entre os atletas brasileiros que viajaram para o evento esportivo, está a skatista Rayssa Leal, que vai competir na estreia da modalidade. Aos 13 anos, ela é a pessoa mais jovem a representar o Brasil na história dos jogos!
Rayssa, conhecida como Fadinha, começou a praticar o esporte aos 7 anos, quando foi presenteada com um skate pelo pai e, no mesmo ano, já ganhou o primeiro campeonato brasileiro de skate na categoria street. Em 2019, conquistou uma prata no Mundial de São Paulo e um bronze no Mundial de Roma e, em 2021, foi indicada ao prêmio Laureus -concedido aos atletas de maior destaque do ano anterior. A skatista, que mora em Imperatriz, no interior do Maranhão, conta que concilia a rotina de estudos com os treinos para os campeonatos.
Em entrevista exclusiva à CAPRICHO oferecida pela Nike, a jovem falou sobre a expectativa em relação as Olímpiadas e sobre sua história com o skate.
CAPRICHO: Como está a expectativa para as Olimpíadas?
RL: Estou superanimada! Muito feliz, pois estarei realizando o sonho de estar nos Jogos Olímpicos, fazendo parte do time que representará o Brasil. Vamos dar o nosso melhor.
CH: Por causa da pandemia, os jogos foram adiados. Esse tempo a mais serviu para aumentar a tensão ou, no fim, foi positivo de alguma forma, com você conseguindo usá-lo para treinar? Ou ele só atrapalhou mesmo?
Com esse adiamento, eu tive mais tempo para treinar minhas manobras, colocar na base e saber o que vou usar lá. Foi um tempo que usei para melhorar meu skate e saber quais eu vou usar em Tóquio.
CH: Você pode ser a mais jovem campeã Olímpica da história! Isso te motiva, te assusta, te faz pressão… Tudo junto e misturado? Qual é a sensação?
RL: Isso me motiva com certeza, me incentiva a dar o meu melhor nos Jogos Olímpicos! Não só para ser a campeã, mas para representar bem o Brasil e todos que torcem por nós. Não me assusta, pois estou indo para andar de skate. Mas tenho que preparar o meu psicológico.
CH: Você está preparando algo especial para as Olimpíadas? Treinou algo novo? Qual vai ser a sua principal aposta?
RL: Sim! Vai ter muita coisa nova, treinei bastante com o pessoal da CBSK (Confederação Brasileira de Skate) também. É o maior evento esportivo da terra e tenho que estar preparada.
CH: Como foi a rotina de treinos para os jogos? Como era seu dia a dia?
RL: Eu acordava, fazia o treino físico, almoçava, ia para a escola e depois para a pista. Na pista, eu treino entre duas e três horas por dia.
CH: Conta um pouco da sua história com o skate. Quando você começou a andar e por que se apaixonou pelo esporte?
RL: Um amigo do meu pai que andava de skate e sempre ia em casa que me apresentou [o esporte]. Ele me mostrava várias coisas novas, como os patins e o patinete também. Um dia, ele me mostrou o skate, eu gostei e comecei a evoluir rápido. Até que, com 7 anos, fui para o meu primeiro campeonato e acabei ganhando.
CH: Você já sofreu algum tipo de preconceito no skate por ser menina?
RL: Sim, mais na escola. Os meninos ficavam me zoando por eu andar de skate, mas eu levei isso como uma motivação!
CH: Como você concilia os estudos com a carreira de atleta?
RL: Eu tenho bastante apoio da minha escola, a CEBAMA, para conseguir conciliar meus estudos, os treinos e as viagens para competições. Muitas vezes eu tenho que viajar durante as aulas, mas eles me dão todo o suporte para que eu faça as atividades online. Sempre tenho espaço reservado para me dedicar às aulas e às lições de casa.
CH: Manda um recado para as leitoras da CH que sonham em andar de skate um dia como você?
RL: Se você pode sonhar, você pode realizar! Não desista dos seus sonhos! Se motive cada vez mais e não deixe os preconceitos te afetarem. Nós podemos tudo, meninas.
Boa sorte, Rayssa! Estamos torcendo por você! <3