Já pensou em se tornar uma profissional de tecnologia? As inscrições do Conectadas, programa gratuito que promove imersão digital de meninas em temas de tecnologia, estão abertas até o dia 7 de abril, por meio de um formulário digital. A realização do curso é do Mercado Livre em parceria com o {reprograma}, uma iniciativa de impacto social com foco em ensinar programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Podem participar jovens de 16 a 18 anos que se identificam com o gênero feminino. E fique tranquila: não é necessário ter conhecimento prévio na área. Muita vontade de aprender já é o suficiente! Meninas de escolas públicas ou bolsistas de escolas particulares têm prioridade e o programa espera ter pelo menos 50% de jovens pretas, pardas e indígenas.
A associação equivocada entre tecnologia e o universo masculino continua a distanciar as meninas de TI. Uma pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento Yocto, sobre os principais desafios de mulheres em tecnologia, revelou que 78% das entrevistadas já sofreram preconceito, sendo nas empresas em 61% dos casos, seguido por 36% no ambiente escolar e 32% em processos seletivos.
Diante desse cenário, o Conectadas busca, então, aproximar garotas do ecossistema tecnológico e fornecer ferramentas e autoconfiança para que elas criem soluções inovadoras para os desafios que identificam nas suas comunidades, tudo isso por meio da educação.
Como vai ser o curso
Serão 16 encontros, 100% online, totalizando 54 horas de aprendizado, por meio de painéis, oficinas, palestras e interação entre as alunas. Durante a imersão, as jovens passarão pelo processo de identificação de uma necessidade, pesquisa, desenho de uma solução e desenvolvimento de um protótipo para testá-la e melhorá-la.
Elas poderão ainda contar com o acompanhamento de mentoras do Mercado Livre e da {reprograma}, sendo também uma ótima oportunidade de conhecer e se conectar com mulheres que já atuam neste segmento. Um dose de inspiração e networking é sempre bom, né?
Vem ver os conteúdos de transformação digital abordados no curso:
- Economia 4.0
- Sustentabilidade
- Design da experiência do usuário
- Análise de dados
- Desenvolvimento de projetos e negócios digitais,
- Marketing
- Comunicação digital
- Introdução a HTML
E aí? Bora se inscrever? Clique aqui para saber como participar.
É um desafio ser menina – e querer entrar no universo da tecnologia
Ainda existe um forte estereótipo de gênero quando o assunto é inserção de meninas brasileiras em STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), segundo o levantamento ”Meninas brasileiras e a inserção em STEM: um abismo no presente e horizonte para o futuro” divulgado nesta semana pela plataforma ‘Força Meninas’.
No Brasil, apenas 13% das vagas em computação e tecnologia são ocupadas por mulheres. No mundo, 28% ocupam esses espaços. Quando olhamos para a ocupação feminina de vagas em engenharia e produção industrial o percentual é menos díspar: 21,6% no Brasil, e, 27% ao redor do mundo (mesmo assim, bem distante do ideal, né?).
Segundo o levantamento, as meninas enfrentam dificuldades ainda crianças, para adentrar esse universo. Não à toa, 44% delas consideram a Matemática a matéria mais difícil, enquanto apenas 28% dos meninos dizem o mesmo.
Apesar disso, elas consideram Matemática como uma das disciplinas mais importantes de todo o currículo estudantil. Educação financeira, Defesa pessoal/ Primeiros socorros, Português e Ciências aparecem logo na sequência.
A pesquisa identificou que há cinco passos que precisam ser melhor trabalhados para que, cada vez mais, as mulheres consigam ocupar esses espaços:
- Combater estereótipos e violências de gênero;
- Promover ambientes educacionais que incentivem o desenvolvimento de novas habilidades;
- Desenvolver a mentalidade estimulando a curiosidade, a prática e a ampliação de interesses;
- Criar ações que reconheçam as suas conquistas nessas áreas;
- Ajudar meninas a enxergar/ utilizar essas áreas como ferramentas para mudarem seus mundos;
Além disso, a necessidade de melhoria na estrutura das escolas e cidades, com maior cobertura de internet, por exemplo, também foi apontada como algo que ainda dificulta o acesso de meninas a áreas mais tecnológicas.
No estudo, foram conduzidas 230 entrevistas com meninas, entre 10 e 18 anos, de 17 escolas espalhadas em todas as regiões brasileiras – 10 escolas públicas e 7 particulares. Também foi conduzido um questionário quantitativo que angariou 1.232 respostas entre meninas e meninos de 10 e 17 anos entre escolas públicas do Sudeste e Nordeste do país.