Na comuna de Borghetto Santo Spirito, no norte da Itália, uma senhora, que preferiu não ser identificada, ficou presa por cerca de dois dias em casa com o corpo do seu marido morto, por causa do isolamento para controlar o surto de coronavírus no país.
De acordo com o jornal Corriere Del Ticino, o homem, que fazia parte do grupo de risco por ter mais de 60 anos, não quis ir até um hospital se tratar e acabou indo a óbito em casa. A esposa ligou para os militares, que estão trabalhando para conter o vírus no país, mas eles não puderem atender ao chamado por causa da quarentena em vigor em toda a Itália.
A mulher, que já havia sido submetida a um teste para confirmar se também estava infectada com o COVID-19, precisou então conviver com o corpo do marido morto. A situação, contudo, se tornou insustentável e, mesmo sem o resultado do exame ainda pronto, os militares fizeram a remoção do cadáver.
No processo, roupas especiais e equipamentos de segurança foram utilizados. O corpo também foi encaminhado para um necrotério autorizado a realizar autópsias em mortos por coronavírus. “As condições do corpo estavam criando uma situação difícil com a esposa dele, forçada a ficar em casa. É o fim de um pesadelo para ela, com a esperança do teste dar negativo e ela poder abraçar os familiares”, disse Giancarlo Canepa, prefeito da comuna italiana.
Na última quarta-feira (11/3), a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia de coronavírus, que é quando a enfermidade epidêmica se torna amplamente disseminada.