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Queimadas na Amazônia batem novo recorde e fumaça chega a outros estados

"A Amazônia é uma floresta tropical, não pega fogo sozinha", explica o biólogo e conservacionista Gustavo Figueirôa

Por Isabella Otto Atualizado em 9 set 2022, 11h28 - Publicado em 9 set 2022, 11h27
Imagem de satélite mostra região de queimadas da Amazônia
Copernicus/Divulgação

Nós já estamos cansados de noticiar que o desmatamento na Amazônia Legal segue batendo recordes, e apostamos que vocês também já não aguentam mais ler notícias do tipo. Mas é o que acontece. Antes fosse algo relacionado com fake news, como tantos insistem em dizer por aí.

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), publicados em agosto, mostram que o desmatamento na região protegida da floresta bateu em 2022 o recorde dos últimos 15 anos.

A derrubata de áreas verdes da maior floresta tropical do mundo desregula a temperatura do planeta e impulsiona o aquecimento global, que desajusta as estações do ano e faz com que as tragédias naturais se tornem cada vez mais frequentes e intensas.

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E se há fumaça, há fogo. O aumento das áreas desmatadas eleva os focos de incêndio. “Neste exato momento, parte da borda sul da Amazônia arde em chamas(…) Diversas Unidades de Conservação estão sendo dizimadas pelo desmatamento e pelo fogo, que está transformando em cinzas um dos lugares mais ricos em biodiversidade desse bioma”, relata o biólogo conservacionista Gustavo Figueirôa, diretor na SOS Pantanal, que está atuando junto de voluntários para conter as queimadas, que já impactam outras regiões do Brasil, mesmo que não diretamente.

Na manhã desta sexta-feira (9), alguns estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, acordaram com uma nuvem espessa pairando no céu, provoca pelos incêncios na região entre o norte do Mato Grosso e sul do Pará.

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Neste ano, os pontos de fogo na floresta já são maiores que os do ano passado, e a tendência é que a destruição se torne mais acentuada a cada ano que passa, justamente por todos os fatores que listamos anteriormente. Nos primeiros quatro dias de setembro, o fogo foi 70% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, conforme relata o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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“Vale lembrar que a Amazônia é uma floresta tropical, não pega fogo sozinha. Os incêndios são a última fase de um processo de destruição que começa com a derrubada da mata viva. A luta é árdua, injusta e muitas vezes perigosa. Porém, desistir não é uma opção”, afirma o biólogo.

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