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Rainha Elizabeth II paga salários maiores às mulheres que aos homens

Em contrapartida, maioria das empresas do Reino Unidos continua pagando mais aos homens.

Por Isabella Otto 9 abr 2018, 12h24

O feminismo pode ser definido, sem grandes aprofundamentos, como a luta por igualdade de gênero. Historicamente, as mulheres não foram educadas para trabalharem em empresas. Em séculos não tão passados assim, elas recebiam nas escolas aulas de costura e tarefas domésticas, por exemplo. Depois, com as revoluções trabalhistas, operárias foram conquistando seus espaços e direitos. Mas foi só em 1946 que proibiram oficialmente a diferença salarial por motivo de sexo. Ou seja, homens ganharem salários maiores apenas por serem do sexo masculino não poderia ser mais uma justificativa… Mas na prática não foi bem isso que aconteceu.

WPA Pool/Getty Images

Ainda hoje, mulheres ganham salários menores que homens. Um levantamento realizado pela Catho em 2017 mostra que mais de 60% das empresas brasileiras entrevistadas pagam menos às profissionais, mesmo que elas ocupem o mesmo cargo que o de um homem. Mas isso não acontece no Reino Unido. Quer dizer, não sob os olhos da Rainha Elizabeth II, pelo menos.

De acordo com um relatório divulgado pela Comissão de Igualdades e Direitos Humanos do Reino Unido, as mulheres que trabalham para a Rainha recebem, por hora, cerca de 8,3% a mais que os homens. A pesquisa ainda mostra que 79% das empresas entrevistadas pagam mais aos homens, 13% pagam mais às mulheres e 8% não fazem essa diferenciação.

É claro que pagar mais às mulheres é algo que também foge da luta por igualdade, contudo isso se torna necessário já que a maioria das profissionais do sexo feminino ainda é tratada com exceção por grande parte do mercado. Talvez essa seja uma medida temporária que garanta mudanças efetivas no futuro – e, vamos combinar, é muito louco ver homens indignados com o fato de que Elizabeth II paga salários maiores às mulheres quando esses mesmos homens não se chocaram nem escreveram textões em nenhuma dessas décadas e mais décadas de gritantes diferenças e injustiças salariais.

Beth preocupada com os homens que a criticarão. Reprodução/Reprodução

Além disso, a própria Elizabeth foi bastante julgada no início de seu reinado, por ser mulher e ter assumido a Coroa ainda jovem – ela tinha 25 anos. Muitos não só duvidavam de suas escolhas e questionavam suas ordens, como a tratavam com desmerecimento e até com certa ironia. Hoje, a decisão de pagar mais às suas funcionárias pode ser uma maneira da Chefe da Commonwealth, de 91 anos, a rainha mais longeva da história britânica, valorizar o trabalho das mulheres.

Vale a reflexão, não? Você é uma rainha, Beth! Mas talvez isso não seja lá grande novidade… (risos)

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