Continua após publicidade

Reconhecer se está emocionalmente instável já é um passo para o equilíbrio

A instabilidade emocional pode afetar qualquer um, mas o autoconhecimento e educação emocional são meios para evitar esse tipo de situação

Por Mavi Faria 4 ago 2024, 15h00
E

moções descontroladas, sentidas em uma intensidade muito maior do que o natural e que duram muito mais tempo, de forma caótica e desgovernada, com muita dificuldade para controlá-las ou regulá-las. Essas situações são comuns a quem está emocionalmente instável – uma condição psicológica em que não há controle emocional, e a pessoa sofre com as consequências dessa instabilidade.

Mas, antes de entender o que exatamente é a instabilidade emocional, é crucial compreender o que são emoções já que, para a psicóloga Luciana Garcia, somente a partir disso é possível assimilar de que forma a instabilidade ocorre e como interfere no funcionamento psíquico da pessoa.

Segundo a especialista, emoções são definidas como as reações afetivas momentâneas, geradas a partir de um estímulo, seja ele bom ou ruim. As reações ou emoções básicas são aquelas que todas as pessoas sentem, como amor, alegria, nojo, raiva, medo ou tristeza, e são as que modelam o comportamento de cada um, além de sinalizarem para nossa mente que algo importante, positivo ou negativo, aconteceu.

Outro ponto levantado pela psicóloga é que sentir emoções e ter reações mais intensas frente a determinadas situações é normal, desde que elas sejam sentidas e desapareçam depois. “Sentimos e gerenciamos essas emoções o tempo todo”, lembra Luciana.

Continua após a publicidade

O grande problema, entretanto, é quando o gerenciamento das emoções e sentimentos não acontece.

“Para algumas pessoas, porém, essas emoções podem aparecer numa intensidade maior e mais difícil de controlar, provocando reações que não condizem com o esperado para aquela situação”, explica Luciana. Essa falta de controle, para a psicóloga, faz com que a pessoa se sinta como em uma ‘montanha russa’ muito intensa: em alguns momentos bem lá em cima, outros embaixo demais.

Como reconhecer se você está emocionalmente instável?

As principais recorrências para identificar se você está emocionalmente instável são:

  • Reações emocionais impulsivas, exageradas, que não condizem com o esperado da situação;
  • Dificuldade de gerenciar as emoções;
  • Reações exageradas mais duradouras;
  • Grandes oscilações de humor com mudanças abruptas;
  • Irritabilidade alta.

De modo geral, a psicóloga explica que a dificuldade de alcançar o equilíbrio das emoções é um forte indício da instabilidade, e é importante notar que esse desequilíbrio é extremo na instabilidade emocional. Ter reações ou emoções como as listadas em algumas situações condizentes com o momento e faz parte das adversidades da vida. Quando elas saem do ‘normal’, equilibrado e esperado, pode ser que a pessoa esteja emocionalmente instável.

Continua após a publicidade

A dificuldade de alcançar o equilíbrio emocional não só prejudica muito a saúde mental da pessoa, como também suas relações interpessoais, seu trabalho e estudo. Até porque essa situação leva a pessoa a ser mais irritada e explosiva.

Como evitar a instabilidade emocional?

A educação emocional, desde a infância é, para a psicóloga Luciana, o mais importante para garantir que as pessoas tenham capacidades de lidar com suas emoções. “Nós nascemos com o aparato emocional, sentimos todas as emoções, mas, muitas vezes, não temos repertório para lidar com elas de maneira funcional e adequada ao longo da vida. É importante saber nomear, reconhecer, acolher e reagir“, explica.

Ela lembra que lidar com os sentimentos e situações da vida pode ser complexo, ainda mais se a pessoa o faz sozinho. Por isso, o auxílio psicológico especializado é tão importante. Além disso, ela lembra que a instabilidade emocional não é, necessariamente, ligada a algum transtorno e pode afetar qualquer indivíduo. Mas, ela também pode estar presente em psicopatologias, “como depressão, ansiedade, e transtornos de personalidade – só para citar algumas possibilidades”, lembra Luciana.

E você, já tinha parado para pensar sobre a instabilidade emocional?

Publicidade