*Gabie Fernandes, especial para a CH*
Você não é tão especial assim. Calma, esse texto não é pra destruir o restinho de autoestima que nos resta depois desse mundo instagramavel perfeito que nos foi empurrado goela a baixo. Na verdade, esse é um texto sobre liberdade. Quantas vezes você já não deixou de fazer algo importante pra si com medo do que o outro iria falar?
Pasmem: o outro tá nem aí. A realidade é que o outro tá tendo os mesmos questionamentos que você e estamos todos presos no julgamento de alguém que a gente nem sabe quem é. Evitamos a vergonha com medo dos comentários que nem vamos ouvir, deixamos de nos divertir sobre o pretexto do medo de virar assunto. Mas a nossa importância não é tanta assim.E mesmo que a gente vire fofoca, por quanto tempo isso dura? Se nem os cancelamentos pós BBB são eternos, imagina um fuxico sem fundamento, né?
Costumo brincar que a minha vida é uma grande linha do tempo. Do nascimento até a morte, completamente preenchida de fatos ora bons, ora ruins. Pensando por esse lado megalomaníaco é que percebemos o quão sem importância é a opinião do outro.
Se alguém do outro lado do restaurante comentar um “coitada, jantando sozinha, deve ser infeliz”, é eu quem escolho colocar ou não esse fato na minha linha do tempo. E se eu optar por colocar, qual a importância que isso vai ter perante ao meu aniversário de 30 anos ou a minha primeira vez na Escócia? Nos importamos demais com aquilo que vale de menos.
Enquanto nos prendemos aos comentários dos outros a vida segue o seu curso. Você dizendo “sim”, ou “não”, a vida segue. As cachoeiras caem, os rios seguem seu fluxo, pessoas nascem e morrem e você aí… presa no comentário de sei lá quem.
A nossa baixa autoestima, inerente aos dias de hoje, não combina com a soberba de nos acharmos tão relevantes pro outro a ponto de evitar fazermos o que queremos com medo de um burburinho.
Você não é tão especial assim. E que ótimo, porque agora você pode ser livre.