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Se #NaoFoiAssalto… A morte de Marielle Franco revolta com razão

Teria Marielle Franco sido mais um vítima da violência no RJ? O fato de dias antes ter sido nomeada para fiscalizar a intervenção militar é coincidência?

Por Isabella Otto Atualizado em 16 mar 2018, 12h09 - Publicado em 15 mar 2018, 16h14

Depois que as mortes da vereadora Marielle Santos e do motorista Anderson Pedro Gomes foram noticiadas, várias hashtags começaram a dominar as redes sociais, mas uma em especial chamou a atenção: #NaoFoiAssalto. Algumas pessoas começaram a juntar os fatos e dizer que o crime foi premeditado. A Polícia Federal, solicitada para investigar o caso, também trabalha com a possibilidade de execução, mas por ora nenhuma linha de investigação está desconsiderada.

Reprodução/Reprodução

Alguns fatos, contudo, não podem ser apagados e devem ser levados em conta. Fatos que a polícia está usando nas investigações e que os internautas estão salientando nas redes sociais.

1. A polícia acredita que os assassinos tenham seguido o carro de Marielle Franco por cerca de 4 km
A notícia, que está sendo replicada em diversos veículos de comunicação, foi dada pela Polícia Civil do Rio. Ao investigar o caso, chegaram à conclusão de que o automóvel dirigido por Anderson Pedro Gomes tenha sido alvo de perseguição. E quando se persegue alguma coisa, é porque se tem um alvo, certo?

2. Dos oito tiros disparados, quatro acertaram a cabeça da vereadora, segundo laudo policial
Fala-se em nove disparos, mas a polícia carioca divulgou que foram encontradas oito balas no local do crime: quatro tiros atingiram a cabeça da vereadora, outros três foram direcionados ao motorista, um teria perfurado a lataria do veículo. A Divisão de Homicídios, que também trabalha na investigação do caso, garante que o atirador, além de experiente, sabia exatamente o que estava fazendo.

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3. Duas semanas antes, Marielle Franco foi nomeada relatora da comissão da Câmara Municipal que fiscalizaria a intervenção militar
No dia 28 de fevereiro, a vereadora do PSOL, que sempre se manifestou contra a ação truculenta da PM e a intervenção militar no estado, se transformou em uma peça-chave na verificação da polêmica resolução governamental. Sua função seria avaliar o papel das Forças Armadas nas comunidades e relatar possíveis intervenções negativas, racistas e/ou machistas.

4. Quatro dias antes, manifestou-se contra a ação da PM em Acari, na Zona Norte do Rio
“Chega de esculachar a população! Chega de matarem nossos jovens!”, escreveu a vereadora e socióloga no Twitter. Marielle se manifestava frequentemente contra ações truculentas realizadas em comunidades, já que ela mesma era uma “cria da Maré”. Torquato Jardim, Ministro da Justiça, se pronunciou após o assassinato de Marielle Franco e garante que “a morte da vereadora não afeta a intervenção federal no Rio”. Poderia ela ter sido afetada caso a socióloga continuasse na comissão da Câmara Municipal?

5. Um dia antes, denunciou o homicídio de mais um jovem negro
Marielle Franco, que já havia classificado a equipe da Polícia Militar que atua na área de Acari como “batalhão da morte”, se manifestou mais uma vez contra a intervenção militar, chamando-a de “guerra”.

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6. Foi mais uma voz carregada de representatividade a ser calada
Mulher, mãe, filha, vereadora, feminista, ativista, lésbica, negra, morta. No Brasil, a taxa de assassinatos de mulheres negras, que já era alta, cresceu nos últimos tempos, de acordo com o último Atlas da Violência, do Ipea. Se já temos pouca participação feminina na política, de mulheres negras nem se fala! O patriarcado continua matando.

7. Marielle Franco incomodava
E, para muitos, esse é um motivo concreto que pode ter motivado o crime. Teria ela sido silenciada propositalmente?

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