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Swifties desabafam sobre como a ‘luta’ por um ingresso afeta o emocional

Perder a oportunidade de ver a cantora tem causado ansiedade e angustia em muitos fãs – o que é muito compreensível, como explica psicóloga à CAPRICHO

Por Juliana Morales Atualizado em 23 jun 2023, 10h53 - Publicado em 18 jun 2023, 18h10

Desde que Taylor Swift confirmou os shows da The Eras Tour no Brasil, os fãs da cantora vem passando por fortes emoções. O que era para ser um momento de pura empolgação, no entanto, acabou trazendo muita aflição para os milhares de ‘swifties’ brasileiros, que ainda não conseguiram garantir a entrada nas apresentações que acontecerão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além da dificuldade de conseguir ingressos online, um suposto esquema de compra ilegal de ingressos também atingiu as vendas dos pontos físicos. 

Beatriz Sellini, 20 anos, conta que, quando foi anunciado que Taylor faria os shows aqui, ela sabia que seria bem concorrido, mas não esperava que fosse dessa forma. “É o show da minha artista favorita. Senti que interromperam esse sonho de uma forma completamente injusta”, diz referindo-se às confusões que aconteceram na bilheteria do Allianz Parque e também na organização da Tickets for Fun.

“É extremamente cansativo, o que deveria ser algo muito feliz se tornou um motivo para uma crise de ansiedade.”

A jovem conta que, na hora que notou que não tinha conseguido mesmo comprar, ficou desacreditada: “não parecia real”. “Perder os ingressos é triste, ainda mais quando existe alguém que só quer lucrar em cima disso”, desabafa.

Bruno Rodrigues de Figueredo, 20 anos, passou pela mesmo aflição. Ele estava na esperança de conseguir um ingresso na venda geral. Além de tentar pelo próprio celular, ele tinha um amigo que compraria para ele na fila presencial e outros amigos que também estavam tentando pelo site. Nenhum deles conseguiu. “Lembro de me apegar a um último fiozinho de esperança, chorando, enquanto escutava álbum “Folklore”, diz o fã.

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Apesar da decepção, Bruno segue acreditando em ver “sua inspiração” bem de pertinho. “Ser fã da Taylor por sete anos me ensinou a ser perseverante. Eu vou no show e isso é um fato e cada ingresso que eu não consegui até agora foi um passo que eu dei para estar lá em novembro”, afirma cheio de convicção.

Lembrando que depois do sucesso (e muita confusão) da venda de ingressos para os três shows da “The Eras Tour”, de Taylor Swift, aqui Brasil, a Tickets for Fun anunciou, posteriormente, três datas extras de shows por aqui. O Rio ganhou mais um dia no Engenhão, dia 19 de novembro; São Paulo, no Allianz Parque, tem agora também o dia 24.

O amor de fã, segundo a Psicologia

Para além dos problemas com os ingressos, toda a comoção do fandom também abre a discussão sobre este sentimento tão intenso: o amor de fã. Pamela Cristina Salles, psicoterapeuta especialista em psicologia clínica e saúde, explica que o vínculo dos fãs com seus ídolos é compreendido como uma expressão de caráter simbólico. “Na prática, é como se o ídolo fosse sentido e visto como alguém com qualidades excepcionais, para além de um ser humano e suas vulnerabilidades. Algo próximo da figura do herói ou como os deuses míticos dos tempos passados”, explica.

A especialista destaca dois fenômenos nessa relação: a projeção e a identificação. No primeiro a pessoa enxerga seu ídolo, com tanta admiração, como algo tão “superior”. Na identificação, a pessoa vai gradativamente tomando pra si características desse outro com o qual se identifica. “Além de defender e divulgar o que admira, os fãs podem até mudar padrões de vida para se assemelhar com quem se inspiram: vestimentas, comportamentos, aquisição de objetos que o ídolo gosta ou tem”, diz Pamela.

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Para Rylie Nef, 19 anos, por exemplo, ser fã da Taylor significa “conforto e acolhimento”. “Acho incrível a maneira como ela enxerga os fãs e como retribui todo o amor que a gente  projeta nela”, conta. “Às vezes, estou me sentindo a pessoa mais estranha do mundo e eu acho que ninguém nunca vai sentir uma sensação igual. Mas aí abro a plataforma de música, toca uma música da Taylor e é como se ela estivesse descrevendo linha por linha tudo que estou sentindo no momento”, completa.

“A ansiedade para conseguir ir a um show do ídolo pode ser algo parecido como quando nos preparamos para encontrar a pessoa amada.”

Pamela Cristina Salles, psicoterapeuta

Pamela explica que essas relações de fãs  profundamente afetivas, muitas vezes, não são passíveis de explicação racional argumentativa. Porém, os sentimentos relacionados são verdadeiros e intensos e precisam ser compreendidos dentro dessa realidade afetiva. “O que nos coloca também a observar que há uma necessidade intensa de pertencimento e participação em algo “superior”, para além do cotidiano, como os shows”, explica a psicoterapeuta.

Você também é muito fã de Taylor ou de outro artista? Conta para gente mais sobre esse amor <3

 

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