Agora vai. Está tudo ok para a primeira transa. Pelo menos nas duas questões principais: o cara certo e a hora certa . E então… Não rola. Muitas meninas que chegam a esse estágio do “agora vai” percebem que falta alguma coisa, encanam com a situação e decidem esperar mais um pouco para perder a virgindade.
Michelle Xavier Assunção, 17 anos, não transou com o ex-namorado porque, na hora, se sentiu insegura . “Ficava pensando se ele estava comigo só para transar”, diz ela. Jéssica de Oliveira, 16, namora há seis meses e acha que nem sempre compromisso é uma garantia de que não vai ser largada . Apesar de não ter esse medo, ela sabe que falta algo – o que nem ela mesma sabe explicar direito. “O mais importante é que ele respeita minha decisão”, fala Jéssica. Essa história de “respeito é fundamental” foi o que pegou para Laís Campani, 16. “Ainda bem que não rolou”, diz Laís.
Insegurança
Michelle (acima) achava que poderia levar um fora do namorado depois
“Se você fosse a Edwiges de Mulheres Apaixonadas, já teria transado com o namorado?” Essa pergunta iniciou o papo com a estudante Michelle Xavier. Ela diz que sim, que teria transado. Logo em seguida, veio outra pergunta: “Então por que você não transou com seu ex-namorado?”
Michelle namorou durante quatro meses e o motivo do fim do romance, em janeiro deste ano, esclarece um pouco o “não” dela. “Terminamos porque ele me traiu”, revela. “Já pensou se eu tivesse transado com ele? Ia ficar mais decepcionada ainda.” Ela conta que o ex-namorado era muito instável. “Cada dia ele se mostrava uma pessoa diferente. Nem sempre cumpria o que prometia. Se ele queria alguma coisa de mim, ficava bonzinho. Eu já tinha sacado qual era a dele e não me sentia segura para transar.”
Michelle diz que não se arrepende de não ter tido com ele a sua primeira vez.
“Eu não tinha medo de transar. Sei que na hora pode acontecer tudo diferente de como a gente sempre imaginou. Muitas garotas dizem que a primeira vez não é maravilhosa”, diz. A grande questão para Michelle é o depois. “Como é que eu iria agir, como eu olharia para ele depois que acontecesse?” Ela conta que não conseguia imaginar como seria tratada pelo ex. “No começo, ele era compreensivo de um modo geral. Aí descobri que era estressado, ciumento e instável. Não sabia se ele terminaria o namoro depois. Já vi isso acontecendo com muita gente.”
Desconforto
Jéssica acha que ainda não consegue ficar totalmente à vontade na frente do cara
Jéssica de Oliveira tenta entender um pouco o que se passa com ela. Namora há seis meses e é virgem. Ela ainda não se sente segura para transar. O namorado, quatro anos mais velho, respeita a decisão dela. Ela acha que a primeira vez tem que ser com um cara de quem a menina goste de verdade. “A minha, pelo menos, vai ser com um cara que eu amo.” Apesar de amar o namorado, Jéssica acredita que ainda não chegou a sua vez. “Quando a gente percebeu que estava se gostando de verdade, tivemos uma conversa. Ele é meu primeiro namorado sério. Expliquei para ele como eu me sentia e ele disse que ia respeitar a decisão. Eu não tenho mais tanto medo de o namoro terminar depois.”
Mas nem mesmo Jéssica sabe dizer o que é que falta. “Não basta saber que ele é o cara certo. E também não é só o corpo da menina que tem de estar preparado. Não é uma questão de idade”, diz, eliminando algumas possibilidades. Ela não acredita que um dia terá um sinal, algo objetivo, que faça com que ela decida transar. Só sabe explicar porque ainda não transou. “Quando a garota pede para o cara parar é porque se sente desconfortável com a possibilidade de ir além, de a transa rolar, ela sabe que não chegou o momento dela”, diz. Jéssica defende essa postura principalmente na primeira transa. “Não basta apenas ter tesão.”
Confusão
Laís pensou em transar com o amigo-ficante, mas eles brigavam muito
As “regras” também se aplicam para quem não está namorando.
Laís Campani passou sete meses de rolo com um cara. “Éramos amigos antes de começarmos a ficar.” Ela diz que no começo não tinha nem cogitado a possibilidade de transar. “Quando minhas amigas conversavam sobre sexo, eu achava que era uma coisa distante.” Foi assim até ele dizer que não queria mais ficar só nos beijos. “Falei que nunca tinha dado liberdade para ninguém, mas como ele era meu amigo e a gente se respeitava… Poderia ser legal com ele.” Os dois conversaram muito sobre o assunto. O cara até deu um toque de amigo. Como Laís estava apaixonada, ele falou para ela pensar com calma. “Não queria que eu ficasse ainda mais a fim se ele fosse o primeiro.”
Depois disso, nunca houve uma oportunidade legal de os dois transarem. O que foi bom, por um lado. “Eu estava meio confusa, não sabia o que fazer. Até que, em uma briga, ele disse que eu não conseguiria prendê-lo transando com ele.” Como das outras vezes em que brigaram, os dois se afastaram. E pararam de ficar quando ele começou a namorar e Laís a ter rolo com outro cara. Depois de tudo, ela conclui que não sabe se está preparada. “Estou sozinha. Acho que só transaria depois de um tempo de namoro. Tem um lado meu que diz que foi bom não ter rolado com ele. Nosso relacionamento era complicado.”
A hora¿H
Não basta estar muito a fim de transar.
A sexóloga e colunista da CAPRICHO Laura Muller diz o que levar em conta na decisão
Estar preparada para pagar algum mico
“A garota tem que estar à vontade na hora. Como é a primeira vez, ela pode estar ansiosa – e o cara também – e sujeita a pagar alguns micos. Ninguém nasce sabendo transar. Ela deve estar, inclusive, preparada para o que pode acontecer depois. Por isso tem que realmente estar a fim, e não fazer por pressão.”
Ter um parceiro legal
“Mesmo não sendo um namorado sério, é preciso que ele seja alguém com quem ela gostaria de ter a sua primeira vez, em quem ela confie. Especial de algum modo, alguém com quem a garota sinta que vai valer ter um momento bacana.”
Procurar um ginecologista
“É preciso saber que o sexo envolve alguns riscos, como o de ficar grávida ou pegar doença sexualmente transmissível. Ou seja, não dá para transar sem camisinha. A garota precisa ter noção em qual momento colocar a camisinha. E pedir para o cara usar. Quando a garota se sentir pronta para transar, ela deve ir a um ginecologista.”