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Turistas usam camisas para criar bandeira LGBTQ+ e protestar na Rússia

Usando trajes oficiais de Seleções de Futebol, grupo organiza protesto no país conhecido por ter frequentes casos de perseguições e agressões homofóbicas.

Por Amanda Oliveira Atualizado em 11 jul 2018, 20h13 - Publicado em 11 jul 2018, 10h58

Na Rússia, a homossexualidade foi descriminalizada em 1993. Mas, ainda assim, o país é um dos que mais perseguem os membros da comunidade LGBTQ+. Tudo piorou em 2013, quando os legisladores russos aprovaram a Lei de Propaganda Gay, que proíbe a distribuição e/ou exibição de conteúdos que defendam os direitos LGBTQ+ ou a igualdade entre relacionamentos heterossexuais e homossexuais para menores de idade ou até mesmo perto de crianças.

Javier Tles/The Hidden Flag/Divulgação

O país, que está sendo palco para a Copa do Mundo de 2018, também foi cenário de agressões e perseguições homofóbicas aos estrangeiros que foram acompanhar o torneio. A situação é tão extrema que ativistas russos pediram que casais homoafetivos evitassem demonstrações em público porque, infelizmente, a Rússia não é um local seguro para eles.

Pensando em como burlar essa lei e ao mesmo tempo protestar contra ela, alguns turistas tiveram uma ideia: usar camisas de Seleções de Futebol com as cores do arco-íris para criar uma bandeira LGBTQ+ diferentona – e camuflada. O protesto recebeu o nome de “The Hidden Flag”, que significa “a bandeira escondida”, e foi organizado pela Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Trans e Bissexuais (FELGTB), da Espanha. Para garantir a segurança e proteção dos ativistas, as fotos do protesto só foram divulgadas depois que a equipe já havia saído da Rússia.

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Javier Tles/The Hidden Flag/Divulgação

De acordo com a Folha, o brasileiro do grupo disse que ninguém percebeu que as cores representavam um protesto. Pelo contrário, eles até receberam carinho dos russos que encontravam. “Fomos a lugares turísticos, ao metrô, vimos jogo em um bar. As pessoas achavam que éramos apenas amigos fazendo fotos“, conta Eloi Pierozan Jr., de 32 anos. Ele mora em Amsterdã e se assumiu gay aos 21 anos.

Não gosto de futebol, fui por causa do projeto. Os olhos do mundo estão todos na Rússia. Adorei a ideia de protestar de forma pacífica e criativa”, diz. Segundo ele, muitas muitos jovens homossexuais o procuraram para agradecer a manifestação. “O mundo inteiro está compartilhando”, Eloi comemora. E, de fato, o mundo inteiro também está agradecendo a atitude deles que, apesar de ser um singelo protesto, significa muito para tantas pessoas! #LoveWins

 

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