Em março deste ano, para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a Mattel lançou uma coleção de novas Barbies empoderadas. Entre as personagens, estavam Amelia Earhart, Katherine Johnson e Frida Kahlo. A previsão era de que a boneca inspirada na artista mexicana chegasse ao Brasil custando R$ 249,99.
Apesar de ter inicialmente agradado, a Barbie Frida Kahlo acabou causando uma grande polêmica na internet. Se a Frida era comunista e criticava fortemente o “culto à perfeição”, qual o sentido de transformá-la em uma boneca com detalhes perfeitos para ser vendida? Esta é a principal indignação de quem não concordou com o lançamento da Barbie.
Não foram somente fãs e admiradores da artista que reclamaram sobre a boneca. Em entrevista à agência AFP, Mara Romeo, sobrinha-neta de Frida Kahlo, relatou que gostaria de uma Barbie com mais traços iguais aos de Frida, não essa versão com olhos claros. “Teria de ser uma boneca muito mais mexicana, um pouco mais escura, a sobrancelha mais junta, não tão magra porque Frida não era tão magra, talvez com uma perna mais curta que a outra e vestida mais mexicana, com jóias mexicanas”, disse.
Salma Hayek, atriz que deu vida à personagem no filme Frida, também ficou indignada com a produção da boneca. No Instagram, a atriz desabafou: “Frida nunca tentou ser ou se parecer com qualquer outra pessoa. Ela celebrou sua singularidade. Como puderam transformá-la em uma Barbie? Não posso acreditar!“.
Embora tenha entrado em um acordo com a Frida Kahlo Corporation, a Mattel supostamente teria rompido com a corporação por ela não ter cumprido o dever de informar sobre a produção aos familiares da artista. A família entrou na justiça e um juiz mexicano ordenou que a Mattel e as distribuidoras “se abstenham de realizar qualquer ato que tenda a utilizar a marca, imagem ou obra de Frida Kahlo“. Segundo ele, os direitos de imagem da artista pertencem aos familiares.
Apesar de ser uma decisão imediata, a Mattel ainda pode recorrer. Qual sua opinião sobre o caso?