Já faz algum tempo que Cleo Pires vem sofrendo com comentários de ódio nas redes sociais. A atriz e cantora, que hoje está com 37 anos, engordou 20kg nos últimos meses e passou a ver as pessoas questionando seus quilos a mais, como se ela não tivesse o direito de engordar. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, no último domingo, 6, a filha da Glória Pires e do Fábio Jr. desabafou: “Comecei a ver umas coisas muito sacanas, que eu tinha feito tanta plástica que estava deformada (…) Não é normal ser pressionada e julgada dessa forma por causa da aparência, da estética (…) Dói“, disse com relação ao body shaming que vem recebendo.
A cantora ainda revelou que está tratando um quadro de compulsão alimentar e que os únicos procedimentos estéticos que já fez foram uma cirurgia plástica no nariz e a colocação de preenchimentos nas olheiras. Cleo contou que chegou ao ponto de ter medo de sair de casa e fazer aparições públicas, muito por causa da vergonha que sentia de dar as caras após essa enxurrada de comentários maldosos sobre seu corpo. “Você fica mais compulsiva, come mais ainda, parece um pesadelo. Não é justo, não é certo”, desabafou.
Contudo, a Cleo comentou que o que mais a preocupa é sua saúde. “Não é sobre engordar ou emagrecer. [A questão é que] você não está comendo de forma saudável para o seu corpo, para si mesma. Você está se machucando“, explicou a cantor, que está tratando sua compulsão alimentar.
Body shaming, que em português significa “vergonha do corpo”, é a prática de ferir emocionalmente uma pessoa com comentários ofensivos sobre o corpo dela, na maioria das vezes, por causa do peso. Rihanna, Selena Gomez e Demi Lovato são alguns exemplos de famosas que já passaram por isso. “Gorda” é a palavra mais usada para ofender as mulheres, como se ela fosse um xingamento. A gordofobia tão intrínseca na nossa sociedade nos fez acreditar que, sim, ser chamada de gorda é ser xingada. Errado. Mas é um processo de reaprendizado que precisa rolar de ambos os lados: de quem pratica o body shaming e de quem recebe. “Já tomei alguns tipos de remédio que não me fizeram bem, que desencadearam depressão, paranoia. Eu tive bulimia uma época, quando morava fora”, lembra Cleo, que defende que discursos de ódio também precisam de tratamento.