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Você também já foi a única garota negra da turma?

Não pode parecer natural sermos as únicas negras do rolê.

Por Ana Carolina Pinheiro 24 fev 2018, 18h39

Nos últimos dias de férias, estava fuçando no Instagram e encontrei um curso intensivo de dança. Como sempre amei dançar, chamei uma amiga para ir ao estúdio comigo. A Carol e eu fizemos aulas de jazz por bastante tempo, só que dessa vez mudamos de estilo e escolhemos o hip-hop. Foram seis horas de muito suor, mas que valeram muito a pena!

Assim que chegamos à Casa da Dança, fiquei surpresa com a quantidade de negros que também iam fazer aula. Como é um curso pago, o acesso ainda é bem restrito, mas, comparado às aulas de ballet e jazz, em que eu era a única negra da turma, tinham bastante negros. Além disso, foi a primeira vez que tive um professor negro me dando aula de dança. Olha que loucura!

Além de ensinar passos específicos do Hip Hop, o professor Linck contou pra gente a história da cultura desse estilo. Foi incrível! Arquivo Pessoal/Reprodução

O Brasil é popularmente conhecido pela sua diversidade étnica. Mas, no dia a dia, a gente percebe que essa diversidade não está em todos os lugares, já que cor da pele e a quantidade de dinheiro ainda definem os lugares que as pessoas podem frequentar. E isso pode explicar a minha felicidade e surpresa pelo simples fato de ter negros na mesma sala. Em algumas situações, sinto que essa ausência de negros começa a soar de um jeito natural e que nos acostumamos a ser os únicos (ou um dos poucos) negros em certos lugares.

A questão não é criticar ou se sentir mal onde só tem pessoas brancas, mas sim ter a experiência de ocupar lugares com outros negros. Esse contato pode ser na aula de hip-hop, na sessão de cinema (alô, Pantera Negra!), no museu, no coletivo da faculdade e até na balada. Não importa o lugar, o importante é ter a chance de se sentir incluído e de não estar “sozinho”, pelo menos por um momento. Para facilitar esses encontros, vale a pena investir em grupos de Facebook, viu? #ficadica

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O coletivo negro da minha faculdade, o AfriCásper, organiza reuniões só para alunos negros e outras abertas aos alunos não-negros. É uma ótima oportunidade para conhecer pessoas novas e falar sobre questões da nossa cultura! Arquivo Pessoal/Reprodução

Depois me conta pelos comentários ou manda um e-mail para anacarolipa16@gmail.com falando se vocês já sentiram essa “solidão” e como fizeram para mudar isso. Ah, espero encontrar muitas de vocês por aí! <3

Negros, precisamos nos encontrar (e nos unir) mais!

Beijo,
@anacarolipa

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