Você tem tendência ao ‘burnon’? Conheça a síndrome ‘prima do burnout’
Os sinais do 'burnon' podem ser mais sutis do que o do 'burnout', além de serem facilmente confundidos com dedicação ao trabalho
rotina insana de trabalho, que é a realidade de muita gente, pode desencadear uma série de problemas físicos e emocionais. Não é à toa que burnout se tornou uma palavra comum no nosso vocabulário. Agora, um novo termo relacionado ao excesso de trabalho vem se popularizando nas discussões: o burnon.
Apesar das palavras serem bem parecidas, elas representam situações distintas. Enquanto no burnout, o profissional tem um esgotamento tão grande, por conta do excesso de trabalho, que fica incapaz de continuar produzindo, no burnon, a pessoa continua a trabalhar e parece estar muito satisfeita com isso, mesmo que, no fundo, esteja à beira de um colapso.
Indivíduos que sofrem com o burnon são apaixonadas por seus trabalhos e anseiam muito o crescimento profissional. Eles podem ser descritos como workaholic, termo que já é bem conhecido para descrever quem é obcecado pelo trabalho e não consegue desligar.
Tudo isso se intensifica com o acirramento da competição no mercado de trabalho e as crises econômicas que afetam todos os setores. As pessoas vão acumulando funções, tarefas e a rotina fica cada mais frenéticas – mas isso acaba sendo naturalizado.
Sem a pessoa perceber, o estresse e a tensão vão se acumulando. O emocional fica abalado e o corpo começa a sentir, e dá sinais como tensões no pescoço, dores de cabeça e nas costas.
O psicólogo Timo Schiele, que cunhou o termo burnon, junto com o companheiro de Bert te Wildt, da clínica psicossomática em Kloster Dießen, disse em entrevista à DW que “além das comorbidades psicológicas e doenças secundárias, como depressão, ansiedade ou vícios, também acreditamos que os afetados podem sofrer cada vez mais de fenômenos psicossomáticos, como pressão alta, e suas possíveis consequências”.
O especialista diz que o primeiro passo para lidar com o burnon é tomar consciência do problema. Mesmo que pareça tudo bem, vale olhar com atenção para se o espaço que o trabalho tem ocupado na sua rotina e na sua vida. O quanto você olha para suas necessidade pessoais? Seus cuidados com a mente e o físico estão em dia? E os momentos de lazer e descanso?
Nenhum trabalho ou salário vale sua saúde mental, viu?