O Governo do Estado de São Paulo apresentou uma proposta de transformar a área que abriga o Ginásio do Ibirapuera, que possui mais de 91 mil metros quadrados, em um “centro comercial de entretenimento e gastronomia”. Resumindo, em um shopping – termo usado nos próprios relatórios do estado. Além de dois ginásios, a área atualmente possui diversas quadras de tênis, um estádio, um complexo aquático com tanques de salto e arquibancada.
Com o objetivo de impedir a concessão à iniciativa privada, um grupo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP lançou o projeto “SOS Ginásio Ibirapuera” e conseguiu mais de 6 mil assinaturas através de uma petição online. “A execução de um projeto com tal caráter destruirá parte da história e da memória da cidade, comprometendo também o seu desenvolvimento futuro”, disseram pesquisadores da faculdade para o G1.
Um pedido de tombamento do complexo foi feito – que impediria a derrubada dos prédios – mas foi negado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) na última segunda-feira, 30.
Um estudo referencial feito pelo governo sugere a construção de quatro quadras poliesportivas e uma pista de skate – reservando apenas 2 mil metros quadrados para o esporte– e destina os outros 89 mil metros para a construção de três torres: uma para apart hotéis, outra para um hotel e ainda uma terceira para escritórios e um shopping.
Segundo nota da Secretária de Esportes do Estado, o objetivo da concessão é garantir que “o local seja modernizado e esteja apto a receber competições esportivas das mais diversas modalidades, atendendo a requisitos de confederações nacionais e internacionais, o que não ocorre no formato atual”.
O Governo do Estado tenta convencer as federações paulistas que usam o complexo a apoiar a privatização através da assinatura de uma carta aberta. Entre os argumentos apresentados no documento está que a estrutura” não possui características técnicas mínimas de dimensionamento e desempenho para suas áreas esportivas, dificultando ou até mesmo impedindo a realização de algumas modalidades esportivas em função das dimensões da quadra existente, do tipo de piso, áreas de escape e segurança do local, que impedem, por exemplo, eventos oficiais de futsal, handebol e tênis”. Entretanto, é importante lembrar que em 2011 o complexo abrigou o Campeonato Mundial de Handebol e no ano passado uma das etapas de um circuito de tênis profissional.