Congresso Nacional terá duas cadeiras ocupadas por deputadas trans em 2023
Ao menos 18 parlamentares LGBTI+ foram eleitos neste ano, viu? 🏳️🌈
As eleições têm sido um momento de pura emoção e ansiedade para o povo brasileiro, mas já temos alguns motivo para comemorar: Erika Hilton (Psol), Duda Salabert (PDT) serão as primeiras transexuais que vão ocupar o cargo de deputadas federais no Congresso Nacional. Com isso, elas marcam um momento histórico no cenário eleitoral brasileiro.
“Já dá pra dizer: travesti preta eleita”, comemorou Hilton em suas redes sociais.
Já dá pra dizer: TRAVESTI PRETA ELEITA! pic.twitter.com/U7nkJwyGMM
Continua após a publicidade— ERIKA HILTON 5070 (@ErikakHilton) October 2, 2022
Já com 56% das urnas apuradas, a ativista conseguiu a quantidade de votos necessária para ter uma cadeira na Câmara dos Deputados – são pouco mais de 158 mil votos, até o momento. Totalizando os votos válidos, ela chegou a contabilizar 250 mil votos é a segunda mais votada do partido. Lembrando que Erika se torna uma representante da população de São Paulo no Congresso.
Já Duda Salabert, por Minas Gerais, teve mais de 200 mil votos, liderando a lista do partido. Em 2020, Duda foi eleita a primeira vereadora trans de Belo Horizonte com número recorde de votos para o cargo. Agora, ela chegará até Brasília.
Sou a 1ª Trans eleita do Congresso Nacional! A Deputada Federal mais votada da história de M.G ! Mesmo com ataques de setores da esquerda, ataques dos ciristas e das ameaças de morte da extrema direita, ganhamos a eleição! pic.twitter.com/AQXfEhK9nW
— Duda Salabert 1212 (@DudaSalabert) October 3, 2022
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Robeyoncé Lima, (PSOL) que concorria ao cargo, chegou a levar 80 mil votos, mas não foi eleita. Ela comemorou o primeiro resultado divulgado, que foi da eleição de Erika HIlton.
Está acontecendo. Temos @ErikakHilton eleita na Câmara Federal! 🏳️⚧️
Continua após a publicidadeÉ um projeto de sociedade e nós estamos avançando. Sempre nos disseram que não era possível, mas nós estamos aí: na luta pela dignidade de todas nós.
GENTE É PRA BRILHAR!!!#TravestisNegrasNoComandoDaNação
— Robeyoncé Lima (@RobeyonceLima) October 2, 2022
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A eleição destas mulheres é histórica e considerada importante para a população LGBT, já que agora parte dela estará representada no Congresso pela primeira vez. E também é significativa se olharmos para os dados e a realidade: segundo dados da Antra (Associação Nacional de Transexuais e Travestis), 140 pessoas trans foram assassinadas em 2021.
Ainda de acordo com a entidade, em cada 10 homicídios contra pessoas transexuais e travestis no mundo, 4 ocorreram no Brasil. Embora menor do que no ano anterior, o número é superior à média registrada desde 2008 (123,8 ao ano), quando o relatório teve início. O preconceito, políticas institucionais discriminatórias, impunidade e desrespeito em geral são apontados pela associação como incentivo aos homicídios.
Número de pessoas LGBT eleitas
E não para por aí. Ao menos 18 parlamentares LGBTI+ foram eleitos, incluindo Duda e Erika, de acordo com um levantamento feito organização VoteLGBT, que mapeou candidaturas dessa população com base em formulário autodeclaratório.
Neste ano, ao menos 304 candidaturas LGBTI+ disputam as eleições, de acordo com a Vote LGBT. Ao todo, foram 249 candidaturas individuais e outras 55 coletivas — 26 delas com pessoas LGBTI+ como titulares.
Outras duas mulheres lésbicas e negras entraram também para o Congresso Nacional, são elas: Dandara Tonantzin (PT-MG) e Daiana Santos (PCdoB-RS). Ao menos outros 14 representantes do movimento foram eleitos para as câmaras estaduais e distritais. Entre eles, Leci Brandão (PCdoB) e Dani Monteiro (Psol) foram reeleitas em São Paulo e no Rio de Janeiro.